Ratinho fez um plano para a eleição de Curitiba. E aí deu tudo errado

Governador achou que seria fácil eleger Eduardo Pimentel já em primeiro turno. Mas agora as coisas tomam outros contornos

Ratinho Jr. (PSD) parece ter pensado que a eleição de Curitiba em 2024 seria fácil como a que ele enfrentou em 2022. Ou como a que Rafael Greca (PSD) teve em 2020. Reeleito, e com um grupo político imenso na mão, o governador botou em prática a mesma estratégia dos anos anteriores, fazendo o esforço necessário para retirar do páreo todos os candidatos possíveis, abrindo caminho para Eduardo Pimentel (PSD) vencer por WO, ou quase isso.

Pode ser que a estratégia tenha sido mal empregada. Pode ser que as circunstâncias sejam outras – inclusive pelo fato inexorável de que Ratinho abandona o governo dentro de dois anos. O fato é que, dessa vez, quase ninguém aceitou os pacotes de bondades oferecidos pelo governador. A exceção à regra ficou com Deltan Dallagnol (Novo), que capitulou antes mesmo de iniciada a disputa.

De resto, parece que todo mundo decidiu mandar Ratinho às favas. O símbolo maior foi Ney Leprevost: por meio de emissários, Ratinho ofereceu o que podia e o que não podia, mas tudo deu em um imenso nada. A candidatura de Leprevost foi confirmada. Beto Richa (PSDB) e Luizão Goulart (Solidariedade) até o momento também continuam no páreo. E até mesmo o grupo de Ricardo Barros, sempre aberto a ofertas generosas, deu um chega para lá no governo e decidiu colocar Maria Victoria (PP) como candidata.

O resultado disso é que Eduardo Pimentel, para horror do governo, terá de disputar uma eleição de verdade. Com oposição e tudo, imagine só. Além das candidaturas mais à esquerda (Luciano Ducci, Requião e Andrea Caldas), o candidato oficial enfrentará provavelmente quatro ou cinco oponentes dentro da direita – e alguns deles com potencial para incomodar bastante.

Para Ratinho, a notícia é ruim não apenas pelo risco de perder Curitiba. Até mesmo seus planos futuros ficam ameaçados caso ele não consiga mais se impor como a grande e única força política relevante no Paraná. Afinal, como se sabe, até o último ano de governo, Beto Richa também era um colosso imbatível. Seis meses depois de deixar o Palácio, era um pária que jamais se reergueu completamente.

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