A bancada do Paraná no Congresso tem assumido um papel de liderança no enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal. A decisão do STF contrária ao marco temporal causou fúria e ranger de dentes na bancada ruralista, que promete vingança e já começou a se mexer.
Na Câmara, quem tem sido mais ativo, num papel meio que de “líder da oposição ao Supremo no Congresso”, é o deputado Pedro Lupion (União). Líder da Frente Parlamentar da Agricultura, a popular bancada ruralista, ele vem dando entrevista a todo veículo que o procura dizendo o mesmo: o STF passou do limite e o Congresso vai botar os ministros em seu lugar.
(Curioso: a maior crítica/denúncia que o bisavô de Lupion enfrentou quando foi governador foi a de beneficiar grileiros e a si mesmo com uma quantidade imensa de terras devolutas… Como seria um marco temporal dos Lupion, sem as terras amealhadas nos anos 40/50?)
O primeiro passo foi uma vitória que não deu em nada. Deputados e senadores aprovaram o marco temporal que o Supremo derrubou. Mas como o Judiciário já disse que isso vai contra a Constituição, evidente que Lula avisou que vai vetar.
Na Câmara, o Paraná contribuiu com 21 de seus 30 votos para a tese do marco temporal. Só não foi dos bondes do ruralistas quem já morreu (e, claro, o pessoal mais à esquerda, principalmente os do PT). Até Luciano Ducci (PSB), que quer liderar a Frente Ampla contra Greca tascou seu “sim” na votação. Duas exceções: Luciano Alves (PSD) e Matheus Layola (União), o famoso delegado dos bichinhos.
No Senado, foi de lavada. O Paraná deu três a zero para o marco temporal. Sergio Moro num voto mais descarado, Oriovisto meia boca e Flavio Arns fazendo o papel do ruralista penitente.
A próxima tentativa agora é criar uma lei que limite os poderes do STF, dando ao Congresso o poder de derrubar decisões impopulares dos ministros. Ou seja: é a volta do Poder Moderador, só que dessa vez atribuído aos ruralistas. E novamente aqui o protagonismo é de Lupion.
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