Pela segunda vez em sua história, Curitiba terá um prefeito negro. Assim como aconteceu na primeira vez, em 1948, porém, trata-se apenas de um período breve que não dá qualquer poder real ao interino.
Quem assume a Prefeitura no dia 1º, em razão de uma viagem internacional de Rafael Greca (PSD), é o vereador Herivelto Oliveira (Cidadania). Por ser um dos poucos vereadores que não disputarão eleições neste ano, coube a ele a interinidade de oito dias, até que o prefeito retorne de Buenos Aires.
A interinidade como prefeito em ano de eleição municipal impossibilita o vereador de concorrer à reeleição. Por isso, tanto o presidente da Câmara, Marcelo Fachinello (Podemos), quanto seus dois vices, arranjaram um jeito de participar de uma viagem internacional de Eduardo Pimentel (PSD), vice-prefeito que também sairá do país para não assumir no lugar de Greca e ficar inelegível.
O passeio de Eduardo Pimentel pela Europa inclui visitas à Espanha e à Itália. O que Fachinello, Tito Zeglin (MDB) e Mauro Ignácio (PSD) têm a fazer numa viagem técnica a Barcelona e Turim é ainda um mistério.
Herivelto, jornalista com décadas de trabalho nas principais emissoras de tevê da capital, está em seu segundo mandato como vereador. Decidiu não concorrer à reeleição – coisa rara entre os vereadores. Por isso, entrou subitamente na linha sucessória do município.
Interinos como ele, porém, não ganham exatamente o direito de gerir a cidade. O costume é que o vereador, ao se sentar na cadeira do Prefeito, apenas faça atividades protocolares, com visitas a obras, cerimônias sem maiores repercussão e alguma atividade midiática.
Antes de Herivelto, apenas um negro assumiu a Prefeitura de Curitiba, de acordo com levantamento da Câmara de Curitiba. Antenor Pamphilo dos Santos teria sido o primeiro, com uma breve passagem pelo cargo em 1948.