Olhar de Cinema: filmes queer abrem espaço para a representatividade nas telas

Produções com diferentes abordagens cinematográficas sobre identidade de gênero e orientação sexual estão no Festival Internacional de Curitiba entre 12 e 20 de junho

O cinema queer entra em cena durante o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Neste ano, o evento tem mais de 80 obras em cartaz e a curadoria assegurou espaço para a temática LGBTQIAPN+. Entre esses filmes, a posição de maior destaque foi conquistada por “Salão de Baile” (Dir. Juru e Vitã | Brasil | 2024 | 92’), que será exibido na sessão especial de encerramento desta 13ª edição do evento.

A seleção não está restrita a uma única mostra do festival. Assim a diversidade e representatividade encontram o público em vários momentos, o que torna possível estabelecer relações entre diferentes olhares sobre o tema, seja pela apresentação de personagens, cenários ou por suas abordagens cinematográficas. Alguns exemplos são “Caminhos Cruzados” (Dir. Levan Akin | Suécia, Dinamarca, França | 2024 | 105’) e o curta “Mamántula” (Dir. Ion de Sosa | Espanha, Alemanha | 2023 | 45’), que integram a Mostra Competitiva Internacional; e “Se eu Tô Aqui é Por Mistério” (Dir. Clari Ribeiro | Brasil | 2024 | 21’), curta da Mostra Competitiva Brasileira; além do próprio “Salão de Baile”.

Já as maneiras queer de lidar com o cinema estão em cena em obras como “Entre Vênus e Marte”(Dir. Cris Ventura | Brasil | 2022 | 61’), e “Jean Genet Agora” (Dir. Miguel Zeballos | Argentina | 2023 | 75’), da Mostra Novos Olhares; e também em “Eu Não Sou Tudo Aquilo Que Quero Ser” ( Dir Klára Tasovská | República Tcheca, Eslováquia, Áustria | 2024 | 90 ‘), da Mostra Competitiva Internacional.

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Sessões de cinema queer no festival

Na Mostra Competitiva Internacional

“Caminhos Cruzados” (“Crossing”| Dir Levan Akin | Suécia, Dinamarca, França | 2024 | 105’)

Sinopse: Lia precisa cumprir uma promessa: encontrar Tekla, sua sobrinha há muito perdida. Com a ajuda de seu jovem vizinho Achi, a professora aposentada parte de sua terra na Geórgia rumo à Istambul. Lá, os dois descobrirão que precisarão da ajuda de Evrim, advogada dedicada à luta por direitos de pessoas trans, para encontrar Tekla em meio às ruas da cidade. Guiado pelas conexões e tocantes relações entre seus personagens na agitada cidade turca, o sueco Levan Akin dirige este tenro drama dedicado à poderosa interpretação de seu elenco.

Sessões: 15 de junho, às 18h40, no Cinemark Mueller; e 16 de junho, às 14h, no Cinemark Mueller.

“Eu Não Sou Tudo Aquilo Que Quero Ser” (“Ještě Nejsem, Kým Chci Být”| Dir Klára Tasovská | República Tcheca, Eslováquia, Áustria | 2024 | 90 ‘)

Sinopse: A partir de relatos de seu diário, do encadeamento e sonorização de suas fotografias, o filme nos apresenta a vida e o trabalho da tcheca Libuše Jarcovjákové. Transitando entre Praga, Berlim e Tóquio, no período da ocupação soviética na então Tchecoslováquia, a contínua e bem documentada busca da fotógrafa por um modo autêntico de ser e de criar nos conduz por universos pouco conhecidos.

Sessões: 14 de junho, às 18h30, no Cinemark Mueller; e 15 de junho, às 14h15, no Cinemark Mueller.

“Mamántula” (“Mamántula” | Dir. Ion de Sosa | Espanha, Alemanha | 2023 | 45’)

Sinopse: Uma criatura sedenta por sangue e sexo está a solta. Ela seduz, se satisfaz e depois mata brutalmente seus amantes, mas ninguém sabe ao certo quem ou o que está causando essa série de assassinatos. A cidade está em alerta e a comunidade queer atenta, todos aterrorizados com o apetite insaciável do monstro. Cabe a duas detetives a missão de desvendar o mistério e colocar um fim na jornada sangrenta de Mamántula.

Sessões: 15 de junho, às 20h, no Cine Passeio Luz; e 17 de junho, às 18h30, no Cine Passeio Luz.

Este será exibido junto com “Minha Pátria”, “Caravana da Coragem” e “Se Eu To Por Aqui é Por Mistério”.

Na Mostra Competitiva Brasileira

“Se Eu Tô Aqui é Por Mistério”(Dir. Clari Ribeiro | Brasil | 2024 | 21’)

Sinopse: Trabalhando novamente com uma imaginação transfuturista, o cinema de Clari Ribeiro produz um Rio de Janeiro que, em 2054, precisa combater uma “Ordem da Verdade” a partir da formação de um clã liderado pela travesti Dahlia, a cobra Salacione e várias bruxas e bruxos que, juntes, farão essa “liga da justiça” neon tropical contra os caçadores de seres místicos. Usando os códigos do cinema de gênero (a ficção científica, o horror), o filme se propõe a exceder o gênero como identidade (o futuro será trans, ou não será). Participação especial de Helena Ignez e Zezé Motta.

Sessões: 15 de junho, às 20h, no Cine Passeio Luz; e 17 de junho, às 18h30, no Cine Passeio Luz.

*Este curta será exibido junto com “Minha Pátria”, “Caravana da Coragem” e “Mamántula”

Na Mostra Novos Olhares

“Entre Vênus e Marte” (Dir. Cris Ventura | Brasil | 2022 | 61’)

Sinopse: Após séculos de hibernação em sua cápsula, Ed Marte ressurge na cidade de Belo Horizonte com a missão de resgatar a princesa Nickary. Contando com a ajuda de uma miríade de aliades, elu vai desafiar frontalmente todo tipo de normatividade binária em busca de completar sua missão. Misturando registros e dispositivos com a mesma anarquia furiosa e festiva de suas personagens, Cris Ventura cria um filme-OVNI totalmente auto-consciente de que a liberdade completa sempre será sua principal bandeira e mote.

Sessões: 15 de junho, às 18h45, no Cinemark Mueller; e 16 de junho, às 14h, no Cine Passeio Luz.

“Jean Genet Agora” (“Jean Genet Ahora”| Dir. Miguel Zeballos | Argentina | 2023 | 75’)

Sinopse: Durante os anos 60, o cineasta François Thierry começou a realização de um filme sobre seu amigo, o escritor e ativista Jean Genet. Nos anos 70, a produção registra uma série de encontros na América do Sul entre o Chile e a Argentina. O filme, porém, não foi concluído. A linha do tempo é retomada hoje: Miguel Zeballos conduz uma nova obra, partindo do projeto e das filmagens descartadas por Thierry. Entre muitas materialidades, Jean Genet Agora navega pelo tempo em operações inventivas e instigantes para compor o enérgico retrato do momento, de seus realizadores e do poeta.

Sessões: 14 de junho, às 16h30, no Cinemark Mueller; e 15 de junho, às 16h15, no Cine Passeio Luz.

Filme de Encerramento

“Salão de Baile” (Dir. Juru e Vitã | Brasil | 2024 | 92’)

Sinopse: Documentário do pesquisador Juru e da cineasta Vitã, que apresenta a cultura do ballroom, mostrando as Houses fluminenses, que se apropriam de influências estrangeiras e de elementos reconhecidamente brasileiros para construir um universo que combina dança, música, moda e performance a partir das experiências queer periféricas e racializadas.

A cena ballroom, que ficou muito conhecida com o destaque dado a cultura por artistas como Madonna, Beyoncé e Ryan Murphy (“Pose”), foi criada por mulheres trans negras e latinas de Nova York nos anos 1970 como ambiente de lazer, experimentação artística e resistência contra a violência e a discriminação.

Sessões: 19 de junho, às 19h, no Cinemark Mueller, e às 19h15, no Cine Passeio Ritz.

13º Olhar de Cinema – De 12 a 20 de junho

A 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba exibe produções para as crianças, estreias nacionais e internacionais, obras de cineastas paranaenses, clássicos restaurados e reapresentados na telona em alta definição.

Olhar de Cinema no streaming: de 18 de junho a 7 de julho, no Cine Passeio (R. Riachuelo, 410 – Centro); Cinemark Mueller (Av. Cândido de Abreu, 127, Centro); no Teatro da Vila (R. Davi Xavier da Silva, 451, Cidade Industrial de Curitiba); e Ópera de Arame (R. João Gava, 920, bairro Abranches).

Os ingressos estão à venda no site oficial do evento com valores a partir de R$8 (meia-entrada). Todas as sessões no Teatro da Vila são gratuitas.

Os curtas-metragens brasileiros em exibição no festival também poderão ser assistidos gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play.

Programação completa e outras informações aqui, e também nas redes sociais oficiais do evento: Instagram @olhardecinema e Facebook.com.br/Olhardecinema. Verifique a classificação indicativa de cada filme e sessões com acessibilidade de audiodescrição.

A 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é realizada por meio do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, sendo também o projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e pelo Ministério da Cultura – Governo Federal, com patrocínio do Itaú e Peróxidos do Brasil, apoio do Instituto de Oncologia do Paraná, Sanepar, Cimento Itambé, Favretto Mídia Exterior, e apoio cultural de Projeto Paradiso, Cine Passeio, Instituto Curitiba de Arte e Cultura. Verifique a classificação indicativa de cada filme e sessões com acessibilidade de audiodescrição. A produção é da Grafo Audivisual.

As exibições ocorrem no Cine Passeio, no Cinemark Mueller, na Ópera de Arame e também no Teatro da Vila, no CIC – Cidade Industrial de Curitiba. Os ingressos já estão disponíveis pelo site oficial com valores que vão de R$8 (meia-entrada) a R$16. Todas as sessões no Teatro da Vila são gratuitas. Além disso, de 18 de junho a 7 de julho, os curtas-metragens brasileiros que compõem o festival estarão disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play para todo o Brasil.

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