Moradores da Rua Coronel Ayrton Plaisant, no Santa Quitéria, acordaram nesta sexta (30) com motosserras cortando as árvores em frente às suas casas. Os funcionários estavam ali por ordem da Prefeitura de Curitiba, para mais uma fase da implantação do miniterminal de ônibus do bairro. O corte das árvores causou indignação de quem mora na região.
A Prefeitura tem feito o corte das árvores primeiro nas ruas próximas à Arthur Bernardes, a via principal, já que a ideia é desviar para ali parte do trânsito de carros. Depois disso, a Prefeitura pretende devastar toda uma área do canteiro central da Arthur Bernardes – o que deve resultar na derrubada de centenas de árvores em boas condições.
A implantação do terminal, planejada para dar mais velocidade ao Inter 2, tem sido contestada pelos moradores, que fazem protestos seguidamente. No entanto, a Prefeitura nem mesmo participou da audiência pública agendada pela Câmara Municipal onde o assunto foi discutido, e parece estar determinada a ir em frente mesmo com a contrariedade da população.
Os moradores alegam que, além da perda urbanística, o corte das árvores representa um retrocesso ambiental, num momento em que a emergência climática domina o noticiário mundial. Além disso, a impermeabilização de mais solo só aumenta o risco de enchentes em Curitiba.
A reportagem do Plural entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba que enviou uma nota explicando o corte das árvores. Confira a nota na íntegra:
A Prefeitura informa que a supressão de árvores da rua Cel Ayrton Plaisant, no Santa Quitéria, ocorre para a realização de obras de requalificação da pavimentação, que incluem nova drenagem, iluminação e paisagismo. As execuções fazem parte do Lote 1 do projeto Novo Inter 2.
A supressão é a mínima necessária. Desde a semana passada, equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente estão fazendo o transplante de árvores da rua Cel Ayrton Plaisant. No total, 17 árvores desta rua estão sendo transplantadas.
As primeiras foram replantadas na Praça Dr Francisco Azevedo de Macedo. Cada árvore recebe uma solução de hidrogel no berço, para manter a hidratação e reduzir a dependência da incidência de chuva.
A ação faz parte da estratégia da Prefeitura de preservar o maior número de árvores para a execução das obras do Novo Inter 2.
Como qualquer obra realizada em Curitiba, o projeto do Novo Inter 2 terá a supressão de árvores apenas com rígidos critérios técnicos e com o plantio de, no mínimo, o dobro de mudas do quantitativo que for retirado.
O município respeita e defende o meio ambiente. Desde 2019, já foram plantadas 550 mil árvores em todos os bairros, dentro do desafio das 100 Mil Árvores para Curitiba. A iniciativa está alinhada ao Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), que está pondo em prática programas e soluções da cidade que buscam conter o avanço do aquecimento global.
Além da compensação obrigatória, estão sendo plantadas mais de 8 mil novas árvores, nos bairros em que as obras estão em execução para o Novo Inter 2, como o Xaxim, Vila Fanny, Tarumã e Capão da Imbuia. O mesmo ocorre na região do Seminário e Santa Quitéria.
A Prefeitura ressalta que a cidade precisa continuar evoluindo.
O Lote 1 do Novo Inter 2 compreende quatro bairros e as obras se estendem por 14 mil metros em cerca de 25 ruas. Além dos benefícios diretos das intervenções, com a melhoria da infraestrutura urbana para operação do sistema do transporte coletivo, com faixas exclusivas para o ônibus elétricos do Novo Inter 2, e um novo mini terminal que vai conectar os bairros ao Centro em três novas linhas troncais, o projeto prevê a completa revitalização e ampliação da área de lazer e esporte que hoje já existe no canteiro central da Av. Arthur Bernardes.
A Avenida Arthur Bernardes continuará a ser um corredor verde, referência em sustentabilidade na cidade.
Todo o projeto foi aprovado, tem financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi apresentado para a comunidade em audiências públicas.
Sobre o/a autor/a
Olha, tudo na vida tem seus prós e contras. Será que esse pessoal da Arthur Bernardes está se preocupando com o cara do Tatuquara que fica duas horas no ônibus pra chegar ao trabalho?
Infelizmente pra fazer algumas melhorias no sistema algumas árvores tem que ser derrubadas. É a vida. Antigamente essa cidade inteira era uma floresta, inclusive onde hoje é a casa das pessoas.
Tomara que corte todas estas árvores podres da cidade e replante nós parques e bosques da cidade,chega de árvores no meio das ruas e avenidas.
Todos os dias essa “cidade inteligente” nos garante uma notícia mais deprimente que outra. O verdadeiro título que deveria ser conferido aqui, e não aquele comprado, é o de Capital Onde Nunca Se Emprega a Razoabilidade e Valoriza-se Apenas Diretrizes Oportunistas Rumo ao Autoritarismo.