Vice de Pimentel foi substituído pelo próprio sogro em cargo no gabinete de Ratinho Jr.

Paulo Martins deixou o governo para concorrer na eleição e vaga foi ocupada pelo sogro, que tinha um cargo no Cohapar desde 2022

O sogro de Paulo Martins, candidato a vice na chapa de Eduardo Pimentel (PSD) que concorre à prefeitura de Curitiba, substituiu o próprio genro em cargo comissionado no gabinete do governador Ratinho Júnior (PSD). Lotado na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) desde 2022, Cezar Orlando Gaglionone foi nomeado no último dia 23 de agosto como Assessor Especial da Governadoria, cargo que foi ocupado por Paulo Martins até 30 de junho.

Gaglionone é pai de Larizza Gaglionone, mulher de Martins, e ganhou mais de R$ 158 mil em sua passagem pelo governo, segundo o portal da transparência. Na Cohapar, órgão para o qual foi nomeado com assessor em 20 de maio de 2022, ele ganhou R$ 141.550,02. Seu salário médio neste ano foi de R$ 5.510,33. Em 22 de agosto, um dia antes de assumir o posto na Governadoria, ele deixou a Cohapar. O salário referente a agosto foi de R$ 17.135,42 e no dia 19 de setembro ele foi exonerado do cargo. 

Por meio de sua assessoria, Paulo Martins disse apenas que “o senhor Cezar Orlando Gaglionone não trabalha mais no governo do Paraná” e não comentou o assunto. O governo do Paraná não respondeu ao questionamento do Plural sobre o motivo que levou à nomeação do sogro do Paulo Martins no gabinete do governador.

Na garupa

Ex-integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), Paulo Martins foi comentarista nos jornais da Rede Massa, que pertence ao apresentador Ratinho, pai do governador Ratinho Júnior. Em 2014 ficou na suplência para deputado federal e assumiu em 2016. Em 2018, apoiado pelo então candidato ao governo Ratinho Júnior, foi reeleito pelo PSC com 118.754 votos.  Em 2022, disputou uma cadeira no Senado. Apoiado por Bolsonaro no estado, chegou a andar na garupa do então candidato à reeleição em uma “motociata” em Curitiba (ambos sem capacete). Terminou a eleição em segundo lugar, atrás do eleito Sergio Moro (União Brasil). 

Crítico dos gastos públicos e do “aparelhamento do estado” (quando o governo é do PT), Paulo Martins ganhou um “cargo comissionado executivo” no gabinete de Ratinho Júnior em 7 de fevereiro deste ano, com um salário base de R$ 29.942,00 (cerca de R$ 22 mil com os descontos). Liberal e defensor da iniciativa privada, Martins ganhou um total de R$ 113.120,48 nesses cerca de seis meses e deixou o cargo para concorrer a vice-prefeito na chapa de Eduardo Pimentel.

Na semana passada, foi escalado por Bolsonaro para aparecer mais na campanha de Eduardo Pimentel em Curitiba e tentar atrair o voto de extremistas de direita, fatia do eleitorado disputado pela candidata à prefeitura Cristina Graeml (PMB). 

Martins na garupa de Bolsonaro: infração gravíssima por andar sem capacete

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