Cristina Graeml contestou vacina, defendeu golpistas do 8 de janeiro, mas diz não ser de extrema direita

Candidata do PMB que passou para o segundo turno da eleição em Curitiba defendeu posições radicais em entrevista ao Plural

A candidata Cristina Graeml (PMB) se tornou conhecida para boa parte do eleitorado nas últimas duas semanas. Embora já tenha uma longa carreira como repórter de tevê e, depois, como comentarista política, ela jamais havia se candidatado a cargos eletivos e, por isso, seus pontos de vista talvez fossem desconhecidos para grande parte das pessoas. No entanto, a jornalista, que se declara apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já deixou claro o que pensa sobre alguns assuntos.

Na sabatina para o jornal Plural, por exemplo, Cristina falou de alguns assuntos caros aos bolsonaristas. Questionou a eficácia da vacina contra a Covid; defendeu os golpistas do 8 de janeiro; e se posicionou a favor do voto impresso. Disse que nunca ouviu falar que o uso abusivo da ivermectina tenha causado surtos de sarna e afirmou que não se considera de extrema direita.

A sabatina no Plural foi feita em 25 de junho, quando Cristina ainda era pré-candidata. Fez parte de uma série de entrevistas que o Plural realizou com nove pré-candidatos – Eduardo Pimentel, do PSD, também participou. A íntegra da entrevista de Cristina Graeml pode ser acessada aqui.

Vacina

Cristina Graeml fez uma série de vídeos durante a pandemia, principalmente para a rádio Jovem Pan, onde trabalhava na época, criticando a extensão da vacina contra Covid para adolescentes. O Ministério da Saúde, depois de iniciar a vacinação com grupos de idosos e de passar pela população adulta, estava iniciando a aplicação em menores de idade.

Na época, a jornalista atacou as vacinas com supostos casos de problemas cardíacos que, na opinião dela, e sem a apresentação de qualquer prova robusta, teriam sido causados pela vacina da Covid. Mesmo quando os casos foram sendo esclarecidos e que ficou evidente que a causa dos problemas dos pacientes tinha outras motivações, Cristina manteve os ataques.

Na entrevista ao Plural, Cristina disse que seria “um consenso” entre os infectologistas, “inclusive na OMS”, que não se deveria fazer uma vacinação no meio de uma pandemia, e sim depois. Quando confrontada com os números que mostram que a vacina derrubou avassaladoramente a quantidade de mortes pela Covid no país, a jornalista disse que a causa da diminuição de óbitos seria outra.

A jornalista chegou a dizer que vencedores do Prêmio Nobel teriam a mesma posição defendida por ela, mas quando foi chamada a dizer nomes, afirmou que não podia citá-los porque essas pessoas estariam sendo “canceladas”.

Não foi golpe

A visão de Cristina Graeml sobre o 8 de janeiro de 2023 foi um dos motivos para que o bolsonarismo aderisse em massa a ela. Cristina chegou a escrever um livro com as histórias das pessoas que invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília, para defendê-las e dizer que não houve tentativa de Golpe de Estado.

Na versão defendida por ela, os bolsonaristas tomaram os palácios do Governo, do Congresso e do STF para se esconder de uma ação repressiva da policia e, lá dentro, algumas pessoas teriam somente rezado. A quebradeira, segundo ela, teria sido causada por “infiltrados”.

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