Periferia usa ônibus duas vezes mais que o Centro

Proposta de cobrar por distância percorrida deixará tarifa mais cara para 78% da população da cidade

A ideia de cobrar mais de quem percorre as maiores distâncias no transporte coletivo, incluída no plano de governo entregue à Justiça Eleitoral pela candidata Cristina Graeml (PMB), irá punir 78% da população de Curitiba. É o que indicam os dados da Pesquisa de Origem-Destino do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) de 2016, a mais recente disponível. A pesquisa aponta de onde vêm e para onde vão os passageiros que usam a Rede Integrada de Transporte (RIT) e mostra que na periferia o percentual da população residente que usa o transporte coletivo é o dobro dos bairros mais centrais.

Em toda Curitiba, o percentual da população cujo modal de transporte principal é o ônibus é 22%. Mas os dados por bairro mostram realidades bem diferentes. Enquanto na Cidade Industrial 40,2% dependem do ônibus, no Batel esse índice é de 6,59%. Nas regionais mais centrais – Matriz e Portão – o índice de uso do transporte coletivo é de 15%, já nas demais 26% depende do ônibus.

Os dados mostram que o bairro com maior percentual de população usuária do transporte coletivo é o Augusta (51,35%), que fica a 12 quilômetros do Centro. Já a menor dependência do transporte coletivo está no Batel (6,59%) – que fica a 3 quilômetros do Centro – e Centro Cívico (6,86%), que fica a 2 quilômetros do Centro.

Historicamente Curitiba tem tarifa única para o transporte coletivo desde a década de 1980 e está atrelada a implantação do sistema trinário de transporte. Esse sistema é composto pela implantação de um conjunto de 3 vias nos principais eixos de circulação da cidade: duas vias rápidas (centro-bairro e bairro-centro) e uma via expressa do transporte coletivo. Ele também inclui os terminais de ônibus, nos quais os passageiros conseguem trocar de linha de ônibus sem pagar uma nova tarifa.

Esse sistema permite que os passageiros que moram nas partes mais pobres da cidade, na periferia, tenham a passagem subsidiada por quem mora no Centro e arredores, áreas com maior renda per capita.

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6 comentários em “Periferia usa ônibus duas vezes mais que o Centro”

  1. Cara jornalulista, será que ficariam mais caras as passagens de distância maior, ou ficariam mais baratas as passagens de menor distância? Militância descarada desta esquerda canhota

    1. Oi Paulo, sabe de onde vem essa conotação negativa do termo canhoto? Da Idade Média. As pessoas tinham tanto medo de pessoas canhotas (aquelas que tem maior destreza na mão esquerda) que batiam nas crianças canhotas para elas deixarem de ser canhotas, amarravam o braço esquerdo para força-las a usar a direita. Isso continuou por muito tempo. Há relatos do início do século XX de crianças castigadas por serem canhotas. Obviamente hoje se sabe que ser canhoto é só uma característica pessoal. No entanto, quantas milhares de crianças sofreram por causa do preconceito, né? Obrigada pela audiência, Rosiane

  2. Não se pode descartar uma questão de elitismo, aquela velha história de ter alergia ao transporte coletivo local, mas tirar até foto no metrô de Paris ou de Londres. Contudo, a possibilidade do valor de uma viagem de carro de aplicativo ser pouca coisa mais cara que o ônibus ou até mais barata (principalmente em mais de uma pessoa) precisa ser levada em consideração. A passagem já está cara e leva a essa distorção. Se o preço ficar mais alto em regiões mais distantes do centro da cidade, mais gente pode trocar os ônibus por carros de aplicativo. E o trânsito, como vai ficar?

  3. Gil Maria Miranda

    Quem votar nessa … luminar … Será tão apedeuta quanto a própria… socorro!!! Não sabe nem aritmética, o vice é estelionatário e corrupto!!!

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