O senador Sergio Moro (União) está saindo como o grande derrotado das eleições municipais no Paraná. Visto como pré-candidato ao governo do estado em 2026, Moro tentou roubar do grupo de Ratinho Jr. (PSD) a prefeitura de Curitiba. Mas o apoio a Ney Leprevost (União) contra a candidatura de Eduardo Pimentel acabou dando errado em vários sentidos.
Primeiro, a ideia de colocar a esposa do senador, a deputada Rosangela Moro (União) como vice de Ney se mostrou um erro,. Já no começo da campanha as aparições dela foram sendo canceladas – a conclusão é de que a deputada não tinha condições de ajudar a candidatura. Depois, veio o esvaziamento da candidatura à medida que os votos mais à direita migravam para Cristina Graeml (PMB).
Mas a pá de cal mesmo veio agora, já depois do primeiro turno. Derrotado, Ney Leprevost fez algo que nem é de seu estilo: falou mal do aliado publicamente. Em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que Moro só atrapalhou, afirmou que o senador é vaidoso e de trato difícil. “Não que seja culpa dele (Moro) o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso”, disse Ney.
E não acrescentou uma coisa, mas poderia: sabe-se que na reta final o casal Moro ainda traiu Ney por Cristina, numa tentativa de se agarrar a uma candidatura que estava em ascensão. Nem isso, porém, parece ter dado certo.
Moro reagiu às declarações de Ney dizendo que o candidato “teve o que merecia”, o que só aumenta o número de histórias de políticos traídos pelo senador – uma lista que inclui Deltan Dallagnol (Novo), Jair Bolsonaro (PL) e Alvaro Dias (Podemos).