Prefeitos de 21 cidades da RMC repudiam falas de Cristina Graeml sobre saúde e transporte

Prefeitos emitiram nota conjunta criticando propostas da candidata de extrema direita

Prefeitos de 21 municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) emitiram uma nota de repúdio às falas da candidata à prefeitura de Curitiba Cristina Graeml (PMB) sobre a possibilidade de cobrar da tarifa do transporte coletivo por distância percorrida e a sugestão de “cobrar contrapartida pela utilização dos serviços do SUS”. Para eles, Cristina “se referiu de forma discriminatória a toda a poipulação da RMC quando tratou de temas relacionados à saúde e ao transporte coletivo”.

A proposta da candidata em relação ao SUS ainda demonstra desconhecimento sobre o sistema de saúde. Cristina vem dizendo que os moradores de outros municípios utilizam o sistema de saúde da capital, “que é pago com os impostos dos curitibanos”, o que não é verdade. O financiamento do SUS é tripartite: os municípios devem destinar 15% e os governos estaduais 12%, enquanto o restante é financiado pelo governo federal.

“As propostas representam um retrocesso das integrações do SUS e do transporte coletivo conquistadas e que beneficiam a população das cidades da RMC. As declarações de Cristina demonstram ainda um desconhecimento da realidade de milhares de paranaenses que dependem diariamente tanto da estrutura de atendimento do SUS, quanto da rede de transporte público das cidades.”

Nota de prefeitos da RMC

Leia a íntegra da nota

O grupo de prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) abaixo assinado, vem a público repudiar as recentes declarações feitas pela candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, que se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC quando tratou de temas relacionados à saúde e ao transporte público coletivo.

Curitiba e sua Região Metropolitana totalizam uma população de 3.697.928 (segundo dados do IBGE 2024) e entre os fatores que nos unem estão o princípio da intermunicipalidade, a integração e o desenvolvimento conjunto que beneficia todos seus habitantes.

Ao afirmar que o sistema de saúde de Curitiba atende moradores de municípios da Região Metropolitana e que isso deve ser revisto, e também quando menciona que a passagem de ônibus deve levar em conta a distância a ser percorrida pelo passageiro (por quilômetro rodado), deixa nossa população com enorme risco de perder a integração do transporte hoje existente, além de sofrer uma piora em todo sistema de Saúde, de maneira que assim pensando e trazendo à publicação esse raciocínio, a candidata mostra despreparo para pretendida função e desconhecimento de causa, pois, o SUS é universalizado e não pode haver essa divisão de territorialidade.

Por outro viés, nossas cidades também atendem curitibanos dentro das nossas respectivas estruturas, assim, além de agirmos na legalidade, trabalhamos cada vez mais integrados, como é o caso do transporte que deve cumprir sua função social, preservando os valores do cooperativismo e também das contrapartidas promovidas pelo setor produtivo dos 28 municípios (mais a capital) que a compõe.

As propostas representam um retrocesso das integrações do SUS e do transporte coletivo conquistadas e que beneficiam a população das cidades da RMC. As declarações de Cristina demonstram ainda um desconhecimento da realidade de milhares de paranaenses que dependem diariamente tanto da estrutura de atendimento do SUS, quanto da rede de transporte público das cidades.

Por esses motivos, gostaríamos de reafirmar nosso compromisso metropolitano com Curitiba para que mantenhamos nossas políticas públicas e de parcerias cada vez mais fortes e olhando para a frente. A divisão e o retrocesso não podem estar entre nós.

Antonio Digner, prefeito de Contenda

Bihl Zanetti, prefeito de Campina Grande do Sul

Diego Ribas, prefeito da Lapa

Gerson Colodel, prefeito de Almirante Tamandaré

Helder Lazarotto, prefeito de Colombo

Margarida Singer, prefeita de São José dos Pinhais

Maurício Rivabem, prefeito de Campo Largo

Josimar Aparecido Knupp Fróes, prefeito de Piraquara

James Karson Valério, prefeito de Rio Negro

José Altair Moreira, prefeito de Tijucas do Sul

Karime Fayd, prefeita de Rio Branco do Sul

Loreno Tolardo, prefeito de Quatro Barras

Maicon Grossokopf, prefeito de Piên

Marco Antonio Marcondes Silva, prefeito de Fazenda Rio Grande

Marco Antonio Zanetti, prefeito de Balsa Nova

Marcos Antonio Baldão, prefeito de Tunas do Paraná

Patrik Magari, prefeito de Cerro Azul

Rafael Greca, prefeito de Curitiba

Rosa Maria de Jesus Colombo, prefeita de Pinhais

Weverton Willian Vizentin, prefeito de Campo do Tenente

Vandir de Oliveira Rosa, prefeito de Adrianópolis

Sobre o/a autor/a

2 comentários em “Prefeitos de 21 cidades da RMC repudiam falas de Cristina Graeml sobre saúde e transporte”

  1. Mas porque todos esses prefeitos da região metropolitana de Curitiba que criticaram a Cristina não fazem hospitais em seus bairros para não terem que mandar eles para Curitiba, ficam o dia inteiro sofrendo de tanto esperar e as vezes não são atendidos, aí não sobrecarrega o atendimento aqui em Curitiba, em vez de criticar façam hospitais.

    1. Parece uma ótima ideia, exceto por um pequeno probleminha: não existe profissionais de saúde suficientes para isso. Em lugar nenhum do mundo se instala hospital de média e alta complexidade em comunidades menores porque não há pessoal, nem demanda que justifique. Média e alta complexidade em saúde são atendimentos caros e que exigem equipes multidisciplinares e a prática aqui, nos EUA, na Ásia, na Europa, é montar centros especializados em grandes centros urbanos, para onde são encaminhados casos mais graves de cidades menores próximas. A contrapartida é que parte do dinheiro do SUS relativo ao atendimento da população dessas cidades vem para Curitiba. Nós recebemos cerca de 60% a mais de recursos para manter nossos centros especializados e dar conta da demanda da região metropolitana e litoral. Obrigada pela audiência, Rosiane

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