Nos trambiques de Lando

Lando é, talvez, um dos personagens mais cativantes da saga “Star Wars” nos cinemas. Obviamente não pelo seu desenvolvimento de personagem ou até arco marcante – pelo fato de pouco vermos isso -, mas sim devido ao seu carisma inigualável. As interpretações de Billy Dee Williams, na trilogia original, e Donald Glover, em “Han Solo”, ajudam também bastante nessa questão. O contrabandista é sexy, destemido e sempre acredita ser a voz da razão. Além disso, apenas coloca problemas dentro das aventuras. Porém, acima de tudo, ele não deixa de ser tão incrível quanto suas roupas.

Desde que a Disney comprou as empresas de George Lucas, o universo da saga foi retomado nos cinemas, nos livros, games e, claramente, nos quadrinhos. Uma nova série mensal foi colocada em pauta, sempre explorando os entornos da trilogia nova ou da clássica, mas também buscando tramas clássicas. Nesse sentido, “Lando” vem para suprir lacunas de desenvolvimento desse personagem. A graphic novel não chega a realmente desenvolver passado ou futuro, e sim entender seus traços personalísticos.

Assim, acompanhamos a história de Lando antes de realmente acreditar nos jedis e nos siths, apenas vivendo entorno da vida sob domínio imperial. Ele aplica diversos golpes, sempre com a ajuda de seu amigo Lobot. Devendo certo dinheiro para um mafioso, ele resolve fazer um robo maior do que todos, até então: de uma valiosa nave do Império.

O roteiro de Charles Soule sabe bem colocar diversas pernas na tridimensionalidade do protagonista. Na primeira cena, em que está se relacionando com uma mulher do império, ele se mostra desde honesto até cafajeste e destemido. Suas características comuns nos longas, aqui tornam-se elementos primordiais para entendermos como a trama irá avançar. A volta de sua personalidade é o mais interessante realmente de se acompanhar.

Isso porque o que vemos na história é algo básico e simples. Não existe tanto mais além disso, até porque a obra parece não ter o verdadeiro interesse de ir além. Com certas questões de suspense intrincadas na narrativa – especialmente envolvendo um caçador de recompensar -, a HQ parece nunca buscar explorar essas relações com afinco.

Assim, “Lando” mais diverte do que realmente tem propostas. Aliás, o mais divertido em si é retomar contato com um dos personagens mais amados da franquia “Star Wars”. Esse, que ficou reconhecido como um dos grandes nomes da cultura pop por sua maneira única de ser. Talvez, quem sabe, essa HQ poderia reproduzir um pouco desse lado único do anti-herói.

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