O resgate histórico da Panini

Bom, aqui nessa coluna uma das coisas que mais fui foi ser crítico da Panini. Seja por preços abusivos, materiais com problemas, entre outros, a editora, que basicamente domina mais de 50% do mercado, mereceu diversas considerações negativas que são possíveis de serem apontadas. No entanto, recentemente tenho que dar meu braço a torcer para duas iniciativas – que podemos pensar em conjunto com uma só. Basicamente, foi a ideia da publicação de diversas histórias iniciais e também de outras fases de personagens da DC e da Marvel (sejam eles famosos ou obscuros).

Em relação à DC isso é um pouco mais antigo. “Lendas do Universo DC” saia, entretanto, mais esporadicamente, quase como se fosse algo especial. Contudo, agora a Panini parece ter assumido de vez isso como parte dos lançamentos. Destaco recentemente grandes lembranças de coisas menores feitas por ninguém menos que Jack Kirby. A primeira é “Sandman e Outras Histórias”. A segunda, “Omac”. Trabalhos fantásticos que mostram a versatilidade do autor, além de um verdadeiro apreço por trazê-lo mais ao Brasil.

Na mesma editora, ainda se complementam “A Saga do Batman” e “A Saga do Superman”. Duas HQs que trazem, em diversos volumes, histórias desses heróis diretas de revistas mensais dos anos 80. Mais que um resgate do tempo, uma grande memória e lembrança também de fases incríveis e até menos conhecidas, como os escritos de Alan Moore com o Homem-Morcego.

No caso da Marvel, duas ideias recentes. A primeira é o trabalho INCRÍVEL em “Clássica Marvel”, que traz as primeiras publicações de personagens e equipes. São coisas desde “Homem de Ferro”, “Quarteto Fantástico” até “Demolidor”. Estou acompanhando as duas primeiras e é incrível a forma como a Panini soube trazer um lado de colecionismo e fã de quadrinhos disso.

Em segundo, falando em colecionismo, impossível não destacar o “Marvel Vintage”. O conceito é trazer histórias fechadas, sejam em graphic novels ou pequenas sagas, dentro de um encadernado em capa dura. São coisas de diferentes tempos, podendo ser mais contemporâneas ou até buscar a fase complexa do “Homem-Aranha” na década de 90, chegando na clássica “Guerra das Armaduras”. É um grande deleite para os fãs da editora, além de um trabalho que dá continuidade para o “Marvel Deluxe” e “Marvel Essenciais”.

Apesar dos erros, quando se acerta tudo é motivo de elogios. O que a Panini tem feito é um trabalho de mestre de conquistar um público ávido por esse tipo de material, além de ousar e trazer materiais completos que nunca saíram por aqui. Por fim, usando ainda os filmes e séries que estão saindo, é possível também angariar financeiramente dos nerds desesperados por mais materiais.

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