Venda de refinaria acelera desmonte da Petrobrás

Davi Macedo – Fórum de Defesa da Petrobrás

A semana começou com uma péssima notícia. Nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (8) a direção da Petrobrás, sob o comando de Roberto da Cunha Castello Branco, anunciou a conclusão da rodada final da fase vinculante do processo de venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e seus ativos logísticos associados, na Bahia.

O comunicado apontou que o Fundo Mubadala Capital, pertencente à uma holding estatal dos Emirados Árabes, apresentou a melhor oferta: US$ 1,65 bilhão. Cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), feitos a partir da metodologia de fluxo de caixa descontado, indicam que a unidade vale entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. A sanha privatista do governo Bolsonaro liquida um patrimônio brasileiro pela metade do preço.

No mesmo comunicado, a gestão da Petrobrás informou que as propostas vinculantes para a privatização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, foi encerrada, pois “as condições das propostas apresentadas ficaram aquém da avaliação econômico-financeira”. Porém, ressalta que “iniciará tempestivamente novo processo competitivo para essa refinaria”.

A direção da estatal ainda reafirmou a continuidade da liquidação de outras seis unidades de refino. A REFAP, no Rio Grande do Sul, a REMAN, no Amazonas, a RNEST, em Pernambuco, a REGAP, em Minas Gerais, a LUBNOR, no Ceará, e a SIX, no Paraná, continuam com seus processos de privatização em andamento.

Com o anúncio da venda da RLAM, o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-Bahia), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), confirmou greve por tempo indeterminado a partir do dia 18 de fevereiro. A FUP e seus sindicatos filiados farão mobilizações nas demais unidades da Petrobrás em todo país.

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