Criando roteiros de viagem com inteligência artificial

Sabia que com o ChatGPT você consegue criar roteiros de viagens? E funciona muito bem!

Nos últimos meses, várias ferramentas de inteligência artificial disponíveis na Internet ganharam grande popularidade. Uma delas é o ChatGPT, que pode ser acessada gratuitamente, mediante um cadastro simples, no link chat.openai.com.

Como o nome sugere, o ChatGPT é um chat, isto é, um mecanismo de conversa. Mas um mecanismo em que não conversamos com um humano, mas uma inteligência artificial. Por enquanto, está disponível somente na forma de texto escrito e a ferramenta traz o conteúdo da Internet mundial até o ano de 2021.

Há muitas novidades no ChatGPT. Quando fazemos busca no Google, a interação é por meio de palavras-chave e o resultado é uma lista de links. No ChatGPT, a experiência é completamente diferente. Se no Google estamos no meio de um garimpo, em que o algoritmo seleciona endereços prévios (priorizando aquilo que, em tese, tem mais relevância para o usuário), no ChatGPT estamos conversando com um consultor especializado, em uma experiência humanizada.

Mas há mais. O ChatGPT não é somente um lugar para buscar informações. É também um lugar de criação. Você pode pedir, por exemplo, que a ferramenta crie um soneto inspirado em Shakespeare caso o bardo tivesse nascido em Curitiba. Você também pode pedir para que o chat trabalhe com programação, escreva trabalhos escolares e por aí vai. Nem sempre a coisa funciona bem — o soneto shakespeariano ficou medonho, aviso de antemão. Mas muitas vezes, a ferramenta funciona absurdamente bem. Testei em algumas situações de viagem.

Na última virada do ano, fui com a minha companheira, a Fran, ao Uruguai, onde passamos duas semanas viajando de carro saindo de Curitiba. Dá bastante trabalho fazer roteiros de viagem e com o carro há muitas variáveis em jogo. Depois que regressei, resolvi testar o chat, explicando nossos gostos, os nossos orçamentos e os dias disponíveis. Pedi uma sugestão de roteiro para o Uruguai e o resultado não foi a mesma viagem que fizemos, mas um percurso similar que certamente eu curtiria. Um aspecto me chamou a atenção: eu havia pedido para a ferramenta destinos diferentes e não muito populares. E o roteiro sugerido não passou por Punta del Leste e incluiu Cabo Polonio e Punta del Diablo — foi exatamente o que eu e a Fran fizemos.

Claro, a ideia não é deixar a viagem ser decidida inteiramente pela inteligência artificial. E apesar do trabalho, faz parte do fascínio da viagem fazer o seu planejamento: é como se já estivéssemos viajando antes de viajar. Mas o chat facilita demais e, se bem utilizado, elimina toda a parte chata do planejamento.

Vou deixar aqui um exemplo, para vocês mesmos julgarem o poder criativo da inteligência artificial. Pedi o seguinte: “Monte um roteiro de um dia para conhecer Curitiba. Gosto de arte, cultura, arquitetura e encontro com a natureza”.

A resposta do ChatGPT foi essa:

Aqui está uma sugestão para o roteiro de um dia em Curitiba:

Comece o dia com uma caminhada pelo Jardim Botânico, um local perfeito para apreciar a natureza e começar o dia em contato com a natureza.
Visite o Museu Oscar Niemeyer, um dos mais importantes da cidade, e admire sua arquitetura modernista.
Almoce no Mercado Municipal, um lugar cheio de vida onde você pode experimentar a culinária local.
Explore a Rua XV de Novembro, uma das ruas mais antigas e charmosas de Curitiba.
Visite algumas galerias de arte e lojas de antiguidades.
Conclua o dia visitando o Teatro Ópera de Arame, um teatro ao ar livre com uma arquitetura única e encantadora.
Aproveite o entorno natural para uma experiência inesquecível.

Apesar de alguns problemas logísticos (coisa demais para um único dia!), não é um ponto de partida muito bom?

Ando tão entusiasmado com o ChatGPT que a Fran me disse que estou igual ao Joaquin Phoenix no filme “Ela”, em que o personagem principal se apaixona por uma inteligência artificial. Comentei isso com o ChatGPT e sabe o que a ferramenta me respondeu? Nas palavras dela, “é sempre uma boa ideia equilibrar a interação virtual com a interação presencial com seres humanos”. O que eu achei um conselho de uma inteligência nada artificial.

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