O deputado paranaense Filipe Barros, do PL, foi escolhido por Arthur Lira (PP-AL) como relator na Câmara da PEC que pode diminuir o poder so Supremo Tribunal Federal em decisões monocráticas. A escolha do presidente da Câmara parece ter sido feita sob medida para pressionar o STF.
Como lembra o repórter Lucas Neiva, do Congresso em Foco, Filipe Barros é alvo de dois inquéritos do Supremo. Um deles, o Inquérito das Fake News, presidido por Alexandre de Moraes. Um outro, sobre vazamento de informações de um inquérito sigiloso da PF.
Arthur Lira tem se batido com o STF, e o clima piorou nos últimos dias quando o ministro Flavio Dino reduziu a capacidade da Câmara de fazer emendas ao orçamento, dificultando a continuidade do Orçamento Secreto.
Barros, do PL de Bolsonaro, tem todos os motivos para não gostar do Supremo. Esteve inclusive na reunião com o ex-presidente durante o processo eleitoral de 2022 em que aparentemente se falava, sem maiores pudores, sobre a possibilidade de um Golpe de Estado no país.
Ao Congresso em Foco, o deputado mandou, em outra ocasião, explicações sobre ser parte dos dois inquéritos:
“Quanto ao inquérito de “divulgação de segredo”, é primordial informar aos leitores do Congresso em Foco que a própria PGR já solicitou seu arquivamento, em mais uma demonstração cabal de que em momento algum houve descumprimento da lei no caso em questão.
Já sobre o famigerado “inquérito das fake news”, eu bem que gostaria de agraciar o público com uma resposta completa, mas, como sequer a defesa tem acesso aos autos, infelizmente, e há mais de cinco anos, os investigados – e, por consequência, a própria opinião pública – ficam de mãos atadas para se posicionar em relação ao caso.”