O PT de Curitiba viveu um momento intenso em 2022, elegendo nomes conhecidos para o Congresso e a Assembleia, como a deputada Gleisi Hoffmann, mas principalmente por ter sido capaz de lançar uma nova geração de políticos. Carol Dartora e Renato Freitas, nitidamente, são os nomes de maior destaque. Ela fez uma votação estrondosa e se tornou a primeira deputada federal negra do Paraná; ele enfrentou com coragem um processo marcado pelo racismo e se tornou deputado estadual.
Muitos partidos adorariam ter dois nomes tão expressivos quanto esses para a disputa de 2024. Sem contar que o PT ainda tem a jovem Ana Júlia, ou a belíssima liderança de periferia que vem se revelando Giórgia Prates. Apesar de tudo isso, o presidente do PT em Curitiba, vereador Angelo Vanhoni, disse em entrevista a Gabriel Carriconde, do Brasil de Fato PR, que o partido pode apoiar o ex-prefeito e atual deputado federal Luciano Ducci, do PSB.
A entrevista foi uma longa análise do cenário local. Vanhoni disse que o partido começou as conversas no dia 14 de agosto e que ainda não tem nada decidido. Mas deu a entender que o principal continua sendo derrotar o bolsonarismo. E que isso pode implicar a criação de uma Frente Ampla, ainda que para isso o petismo precise abrir mão da cabeça de chapa na eleição. Certamente, as declarações desagradaram principalmente Dartora, que já se lançou como pré-candidata.
Numa das frases mais delicadas da entrevista, Vanhoni quase derrapa ao falar de racismo – já que tanto Dartora quanto Freitas, que parecem estar sendo rifados pelo partido, são negros (o PT de Curitiba jamais lançou um candidato negro à prefeitura). “Estamos cientes de que Curitiba não tem “só” o racismo para enfrentar, Curitiba tem diversos problemas.”
Já quando fala de um possível apoio a Ducci, Vanhoni, que pertence à ala mais moderada do PT, ao contrário de Dartora e Freitas, parece mais animado. “Eu, particularmente, vejo a candidatura do Luciano Ducci como uma boa candidatura, que se descola do grupo político do Rafael Greca e do Ratinho Jr., e que, em sua medida, se acolhe no nosso campo, dentro do que nós chamamos de Frente Ampla, democrática, para enfrentar o bolsonarismo. Eu não vejo problemas nisso.”
Leia a entrevista na íntegra aqui.
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