A três dias do início de uma greve de professores contra a proposta de terceirização das escolas públicas no Paraná, o governo de Ratinho Jr. (PSD) deu início a uma ofensiva de propaganda falando diretamente com as famílias de alunos. Mensagens estão sendo disparadas para celulares de responsáveis por estudantes dos colégios estaduais com claro teor de propaganda.
Ratinho enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de Lei que permite terceirizar a gestão de 200 escolas em todo o estado. A justificativa é de que empresas privadas fariam melhor a administração e dariam mais tempo para que professores e professoras se dedicassem às atividades pedagógicas. O projeto foi aprovado na CCJ e segue na semana que vem para a Comissão de Educação e para o plenário.
Para o sindicato dos professores e professoras da rede estadual de ensino, porém, a mudança é considerada um retrocesso. Tira poderes dos professores, facilita a contratação de educadores sem concurso e entrega à iniciativa privada aquilo que deveria ser atividade precípua do Estado.
Na mensagem aos pais de alunos, a Secretaria da Educação dá a entender que nada muda na relação com os professores e que a troca de regime dos temporários, que deixam de passar por processo seletivo e passam a ser escolhidos livremente pelas empresas, é uma melhoria.
Nesta semana, o Ministério Público do Trabalho já emitiu uma recomendação para que o governo se exima de ameaçar professores. Desde a deflagração da greve, há inúmeros relatos de chefias de Núcleos de Educação fazendo ameaças para que educadores e diretores não paralisem as escolas a partir de segunda-feira (3), conforme a categoria decidiu em assembleia da APP-Sindicato.
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