A demissão de Carlos Pijak da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Curitiba, à primeira vista, não tem nada a ver com a eleição de outubro. Mas pode ser engano. O secretário é ligado à família do ex-governador Beto Richa (PSDB) e sua saída três meses antes da escolha do novo prefeito não parece ser uma coincidência.
Pijak entrou na Secretaria de Esportes pelas mãos de Marcello Richa, filho de Beto que havia sido secretário da área na época em que Luciano Ducci (PSB) foi prefeito. Quando os Richa caíram em desgraça, Rafael Greca (PSD) foi parceiro e deixou que Pijak continuasse lá para que a família seguisse tendo algum trânsito no poder municipal.
Agora, a demissão de Pijak pode significar algumas coisas. Mas, principalmente, diz que Beto Richa, que se coloca como pré-candidato à Prefeitura, parece não ter cedido aos apelos de seus antigos aliados para que desista da disputa. A expulsão de seu protegido deixa claro que Greca e Eduardo Pimentel estão descontentes com isso e que querem Beto fora do páreo. Mas, pelo jeito, isso não vai acontecer.
Beto dificilmente teria potencial para vencer a eleição ou mesmo chegar ao segundo turno. Preso por três vezes, está queimado e perdeu influência e poder. Mas se fizer 10 por cento dos votos por exemplo, pode forçar Eduardo a disputar um segundo turno indesejável contra outro candidato – Greca e seus aliados ainda sonham com uma vitória já em primeiro turno.
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