Pedido de desmilitarização da polícia faz direita atacar petista e UFPR

Ricardo Arruda
Renato Freitas falou em fim da militarização; Ricardo Arruda, seu desafeto, agora quer proibir eventos "antidemocrtáticos" nas universidadesw

Um evento na Universidade Federal do Paraná eriçou os pelos do pessoal da extrema direita do estado. Num debate, o deputado Renato Freitas (PT) defendeu a desmilitarização das polícias no Brasil. Nada demais: uma pauta que muita gente acha necessária e que circula faz tempo por aí.

Mas talvez por partir de quem partiu (a bancada da bala marcou Renato Freitas e decidiu que ele é um inimigo que dá votos), talvez por ter acontecido em ambiente universitário, a fala tomou proporções curiosas.

O deputado Missionário Ricardo Arruda (PL), mais estridente representante do bolsonarismo na Assembleia Legislativa, protocolou um projeto de lei para proibir que eventos públicos no Paraná “ataquem instituições de Estado”. Segundo ele, o que aconteceu no sábado seria um “ato antidemocrático”. (Curiosamente, Arruda é um dos mais enfáticos defensores dos invasores das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.)

O deputado partiu ainda para cima da UFPR, dizendo que essas afirmações acontecem dentro da universidade porque os reitores são todos uns esquerdistas. (O evento nem mesmo era organizado pela Reitoria.)

No discurso em que anunciou seu projeto, Arruda foi secundado pelo Delegado Tito Barichello (União), autodenominado Delegado Xerifão, que classificou como “teratológico, monstruoso” o discurso de Renato Freitas a favor da desmilitarização.

Uma das ironias é que a pauta da desmilitarização é apoiada justamente pelos policiais militares, especialmente os de baixa patente. Questionado logo após o evento na UFPR, o próprio Renato Freitas lembrou um dado do Fórum de Segurança Pública, segundo o qual 7 em cada 10 PMs querem a desmilitarização.

Talvez para a bancada da bala, então, 70% dos militares são, no fundo, uns quintas colunas que deveriam ser expulsos da tropa. É isso mesmo?

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