Ratinho exonera mulher de Traiano de cargo no Detran

Governador, que avalizou três eleições de Traiano para a Presidência da Assembleia, tenta reduzir laços com deputado após confissão de propina vir à tona

O governador Ratinho Jr. (PSD) exonerou Rose Aparecida Traiano de pelo menos um dos três cargos que ocupava no governo. Esposa do presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSD), Rose ocupava até a última sexta-feira (8) uma vaga de julgadora na Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito (Jari), o órgão do Detran que decide em segunda instância se multas serão ou não anuladas.

O decreto de exoneração foi assinado no dia 8, sexta passada, mesmo dia em que o deputado estadual Renato Freitas (PT) protocolou pedido de cassação do mandato de Traiano no Conselho de Ética da Assembleia. Uma semana antes, Renato havia trazido à tona documentos mostrando que Traiano cobrou e recebeu propina de R$ 100 mil para renovar o contrato entre a TV Icaraí, de Joel Malucelli, e a TV Assembleia. Traiano firmou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público para devolver o dinheiro sem ser processado criminalmente.

Rose Traiano, advogada por formação, casou com o presidente da Assembleia em 2021. Desde lá, foi nomeada para três cargos no governo Ratinho. Além da Jari, ganhou também postos remunerados nos Conselhos de Administração do Tecpar e da Cohapar. No Tecpar, a remuneração de Rose é de aproximadamente R$ 4,3 mil mensais. Na Cohapar, a advogada recebe mensalmente R$ 5,9 mil.

Embora o decreto publicado em Diário Oficial anuncie a saída de Rose Traiano da Jari como tendo solicitada por ela mesma, a especulação é de que Ratinho poderia estar, aos poucos, querendo reduzir suas ligações com o deputado, que confessou ato de corrupção e corre risco de perder o mandato.

Ratinho foi o principal fiador de Traiano nas três últimas eleições dele para a Presidência da Assembleia. Ambos estão no mesmo partido e Traiano, ao longo dos cinco anos de mandato de Ratinho, fez todas as vontades do governador, fazendo aprovar projetos polêmicos como a privatização da Copel.

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