O adiamento da eleição do presidente da CCJ da Assembleia Legislativa do Paraná foi visto como um modo de prejudicar o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD) e facilitar a vida de Tiago Amaral (PSD). Filho do conselheiro do Tribunal de Contas Durval Amaral, Tiago está tentando conquistar o apoio do governo para derrubar Romanelli, que tinha um acordo com Ademar Traiano (PSD) para presidir a comissão.
Romanelli é parceiro de Traiano e de Alexandre Curi (PSD), os dois homens que comandam hoje a Assembleia. O acordo entre os três estava fechado para que ele presidisse a CCJ – cargo mais importante do Legislativo fora da Mesa Diretora. Mas os três esqueceram de combinar com os russos – no caso, o governo do estado.
Ratinho tem restrições a Romanelli, que embora seja base do governo, por vezes vota de maneira independente. O maior problema é o pedágio: Romanelli ao longo dos anos se mostrou um dos mais contundentes questionadores do modelo paranaense de pedágio. E Ratinho, que deve em breve licitar os lotes de estradas do estado, não quer esse tipo de inconveniente pela frente.
A avaliação dos deputados é que se a eleição tivesse ocorrido nesta semana, Romanelli ganharia fácil. Mas com o adiamento, Thiago Amaral tem tempo para fazer o governo trabalhar a seu favor.