RPC foi “generosa” ao convidar Cristina Graeml para debate que a colocou no segundo turno

Candidata que trabalhou por 20 anos na RPC e depois na Gazeta do Povo foi beneficiada por critério mais frouxo do que o de outras emissoras da Globo

A Rede Paranaense de Comunicação (RPC) parece ter sido “generosa” ao convidar a candidata Cristina Graeml (PMB) para seu debate no primeiro turno. O critério usado pela afiliada paranaense foi menos exigente do que o de outras emissoras ligadas à Globo. E foi justamente essa diferença que permitiu a participação de Cristina no debate.

As afiliadas da Globo fizeram debates todas no mesmo dia. E as regras, expostas em reportagens do G1, mostram que em grande parte das capitais só foram convidados os candidatos com cinco ou mais representante no Congresso.

Foi assim, por exemplo, em Manaus, Teresina e Campo Grande:

Algumas emissoras decidiram convidar também candidatos que tiveram bom desempenho nas pesquisas da Quaest. Nesse caso, porém, a barra foi mais alta do que em Curitiba.

Em Fortaleza, por exemplo, só entrou quem fez pelo menos 10 pontos na pesquisa. Em São Paulo, era preciso ter seis pontos.

Cristina Graeml, que já trabalhou na RPC e que até este ano estava na Gazeta do Povo, jornal do mesmo grupo, não cumpria nenhuma das duas exigências. Seu partido, o PMB, não tem deputados federais. E nas pesquisas da Quaest encomendadas pela RPC antes da realização do debate ficou com apenas 5%. Não entraria em nenhuma dessas outras emissoras.

Curiosamente, porém, a RPC escolheu um critério diferente das outras emissoras: baixou a exigência para 5% de intenções de voto, exatamente o suficiente para que a “candidata antissistema” fosse convidada.

Três dias depois, Cristina faria 33% dos votos no primeiro turno e é evidente que sua ida ao debate da RPC, emissora a que ela foi ligada por mais de 20 anos, foi decisivo para isso.

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