Cris Pagnoncelli fala de sua nova exposição e da influência de bell hooks

"Expansiva" é a segunda individual de Crispa e exibe obras ligadas à história da artista com pautas feministas, novas criações e instalações exclusivas

A exposição “Expansiva”, de Cris Pagnoncelli, também conhecida como Crispa, está aberta para visitação gratuita a partir desta quinta-feira (3), na Barleria. A mostra, que tem curadoria de Michele Micheletto, é segunda individual da muralista, artista visual, designer conhecida por intervenções e que colocam em primeiro plano questões da luta feminista e também falam sobre mobilidade urbana.

Cris Pagnoncelli

Cris Pagnoncelli vive em Curitiba, mas já morou em Barcelona-ES e em Nova York. As mudanças de endereço vieram a partir da vontade de aumentar o conhecimento conquistado na faculdade de Design Gráfico. Não parou por aí, procurou vários workshops e estudou ainda muito sobre lettering como autodidata. Ela se define como “uma mente curiosa e criativa, sempre faminta por mais aventuras inspiradoras”.

“Expansiva”

Às vésperas da estreia de “Expansiva”, a artista conversou com o Plural sobre seu trabalho artístico e como suas vivências como mulher artista na cidade estão presentes no acervo da mostra. Ela também falou sobre a influência dos ensinamentos de bell hooks na sua arte e na vida. Confira a seguir.

“Expansiva” não é sua primeira exposição? As obras foram criadas pensando num acervo para uma exibição em especial?

É a minha segunda exposição individual com obras de vários anos. Essa exposição foi pensada a partir de algumas vivências como mulher artista na cidade. Percebi que precisava revisitar algumas experiências e tentar contar essa história para o público através da minha arte. Algumas obras foram pensadas especialmente para esta exposição, com instalações que só serão vistas na Barleria, outras, contam um pouco da minha trajetória e conectam pesquisas sobre erotismo, sexualidade, política e outros diversos aspectos do que é ser mulher na sociedade que vivemos hoje.

A palavra “Expansiva”, entre outros significados, remete a algo maior, crescida; e você tem murais pintados em outras cidades além de Curitiba. Como é a conversa entre sua arte urbana e os trabalhos expostos agora na Barleria?

Sim, já pintei em várias cidades, inclusive Nova York, Madrid e Barcelona. Acho que a busca pelo novo sempre foi algo muito característico no meu trabalho, seja em locais, escalas ou técnicas diferentes. Gosto da exploração, da descoberta, de olhar para trás e ver a evolução da minha caminhada. “Expansiva” vem nesse momento pela vontade de conquistar um novo espaço, um lugar de mais diálogo e empatia, de união. Sinto que trabalhando com a pauta feminista há muito anos, nós mulheres nos fortalecemos muito, de alguma forma isso acabou também potencializando o conservadorismo de alguns e distanciando muitos homens, seja por falta de informação, por receio da perda de privilégios ou até medo dessa mudança. Estou em busca de novas ações, novas respostas, novos caminhos e gostaria de construir isso de forma coletiva com mais respeito e acolhimento na luta de cada um.

O que o público pode ver de particular e pessoal da mulher e artista Cris Pagnoncelli em “Expansiva”?

Entre obras finais e um mergulho em alguns processos criativos, o público vai encontrar alguém que busca conexão. Não apenas exibir o meu trabalho. Essa exposição é um convite para a ação. Gostaria que as pessoas fossem com o peito aberto e a vontade de mudar comigo. Muito influenciada pelos ensinamentos de bell hooks, sigo em busca de uma mudança através do amor, da educação e da liberdade. Na minha opinião: O embate é necessário, mas a empatia tem sido mais urgente.

“Expansiva”, exposição de Cris Pagnoncelli

Abertura no dia 3 de outubro (quinta-feira).

Visitação de terça-feira a quinta, das 18h às 23h; sextas-feiras e sábados, das 18h à 1h; e domingos, das 15h às 23h, na Barleria (Al. Júlia da Costa, 252.) Entrada gratuita.

Outras informações sobre a artista estão no site crispagnoncelli.com.

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