Nova peça do Antropofocus mostra como o WhatsApp nos enlouquece

"Bom dia, grupo" estreia nesta quinta-feira no Teatro Zé Maria

A premissa da peça é ótima: começa com um golpe de WhatsApp daqueles em que a pessoa diz estar sequestrando algum parente querido teu. Só que a personagem da peça, chamada Karen, não consegue perceber que é uma farsa mesmo estando com seu filho supostamente sequestrado bem ali, do lado dela.

A piada é a cara do Antropofocus, provavelmente a companhia de teatro cômico mais importante de Curitiba nas últimas duas décadas. E também tem tudo a ver com o descolamento da realidade causado pelas mídias sociais e pelos aplicativos de mensagem. Às vezes, essas mensagens falsas podem eleger um presidente perigoso; às vezes, podem dar uma boa comédia.

“Bom dia, grupo”, nova peça do Antropofocus, entra em cartaz no Teatro Zé Maria nesta quinta-feira. Com texto cheio de ironias e fazendo graça com o cotidiano, tem tudo a ver com o que o grupo vem fazendo nos últimos anos – a peça imediatamente anterior da trupe, “Pela hora da morte”, era uma longa e afiada crítica aos planos de saúde picaretas que tanto sacaneiam a gente.

Andrei Moscheto, diretor da peça e um dos fundadores do grupo, diz que ir a fundo nos problemas do nosso tempo é mesmo um dos propósitos do Antropofocus. Às vezes, o tema pode ser algo menos ligado ao momento histórico, como o medo da morte, por exemplo. Às vezes, pega em cheio nas coisas que a plateia vive diariamente.

A peça é uma espécie de fim de trilogia, em que o elemento que liga as três partes é o uso de vídeos para construir o espetáculo. Mas também é um passo firme na direção em que o grupo aposta desde o começo da carreira: uma comédia que tem a ver com costumes mas que se coloca vários furos acima das brincadeiras mais rasas sobre temas do cotidiano.

Serviço
Bom dia, grupo – peça do Grupo Antropofocus
Teatro Zé Maria
Quintas e sextas às 20h, sábado às 18h e às 20h e domingos às 19h
Ingressos aqui

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