Bolsonarista Ricardo Arruda vira réu por associação criminosa, desvio de dinheiro e tráfico de influência

Deputado teria recebido dinheiro para ajudar a reintegrar policiais militares afastados. Nesta segunda-feira, ele voltou a atacar o STF

O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) vai responder pelos crimes de associação criminosa, desvio de dinheiro público e tráfico de influência. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (2) pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Arruda é suspeito de usar seu poder político para ajudar a reintegrar policiais militares excluídos da corporação em troca de dinheiro. Ele também teria recebido dinheiro de um empresário para intermediar o pagamento de um contrato com o governo.

O gabinete do deputado na Assembleia Legislativa do Paraná e a casa do parlamentar foram alvo de uma operação policial no dia 25 de outubro do ano passado. O Ministério Público do Paraná (MPPR) citou ao menos cinco casos, que teriam ocorrido entre outubro de 2016 e meados de 2017, de suposto tráfico de influência envolvendo Arruda e seus assessores. Em um dos casos, o deputado teria recebido de R$ 50 mil a R$ 70 mil de um empresário para intermediar o pagamento de contratos durante o governo de Beto Richa (PSDB). 

O advogado de Ricardo Arruda, Jeffrey Chiquini, disse nesta segunda-feira que a inocência do parlamentar será comprovada. “Este é o caminho natural do processo. Respeitamos a decisão do Tribunal. Mas afirmamos que durante a instrução a verdade será demonstrada e a inocência provada”, afirmou Chiquini.

Agora réu, Arruda usou nesta segunda a tribuna da Assembleia para divulgar o ato bolsonarista do próximo dia 7, contra as supostas “arbitrariedades do Xandão” (o ministro do STF Alexandre de Moraes). “O Brasil tem que parar a dizer não à ditadura do Judiciário não às arbitrariedades do Xandão. E lamentavelmente a suprema Corte vai toda junto”. O deputado disse ainda que, se necessário, serão realizadas manifestações “até que o sistema caia”.

Defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Arruda chegou a declarar, em pronunciamento na Alep, que os torturados durante a ditadura militar “mereceram” ser torturados. Em outubro do ano passado, quando sua casa e seu gabinete foram alvos de busca e apreensão, o parlamentar usou a tática bolsonarista de culpar “a esquerda”.

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