Chefia da Prefeitura fez pix para que funcionário comprasse ingresso em jantar do PSD

Servidor recebeu duas transferências de R$ 1,5 mil e ordem para que esposa comprasse ingresso de R$ 3 mil

Documentos a que o Plural teve acesso mostram que um funcionário em cargo de chefia da Prefeitura de Curitiba repassou dinheiro a um subordinado para que ele comprasse ingresso para um jantar de arrecadação de fundos do PSD. O funcionário recebeu dois pagamentos via pix de R$ 1,5 mil, com a obrigação de, em seguida, comprar um ingresso de R$ 3 mil para o jantar em Santa Felicidade, realizado em 3 de setembro.

O funcionário, que não quis se identificar por enquanto, disse que foi coagido a fazer a compra do ingresso. A instrução foi de que ele fizesse a compra no nome de sua esposa – assim, não ficaria rastro de que a compra foi feita por um servidor da Prefeitura.

O jantar realizado no Madalosso pelo PSD virou tema da campanha eleitoral desde que surgiu um áudio revelando que o superintendente de Tecnologia da Informação da Secretaria de Administração coagiu servidores a pagar valores entre R$ 750 e R$ 3.000 para participar do evento, que levantava recursos para campanhas municipais deste ano.

Pix da esposa

No caso do funcionário que recebeu os dois pix, um deles foi feito pelo próprio superior hierárquico, e o outro por uma pessoa de fora da Prefeitura. A suspeita do funcionário, segundo ele informou ao Plural, é de que as transações eram feitas com o maior número de passos possível para que ninguém pudesse associar os pagamentos a uma pressão da Prefeitura municipal.

O Plural conversou nesta sexta (4) com o funcionário e a esposa, e ambos disseram que o ambiente no setor em que ele trabalha é de grande pressão para que os funcionários colaborem na campanha de Eduardo Pimentel (PSD), não só com dinheiro, mas também com trabalho nas horas de almoço ou fins de semana.

A Prefeitura nega que tenha feito pressão para que funcionários participem da campanha. Eduardo Pimentel também declarou nas redes sociais que não tem nenhuma ligação com o caso de coação na Superintendência de TI da Prefeitura. De acordo com ele, tudo foi iniciativa do chefe do setor, Antonio Carlos Pires Rebello, que já foi exonerado

Censura

O Plural está desde esta quinta-feira (3) sob censura judicial. A pedido da campanha de Eduardo Pimentel, o juiz Marcelo Mazzali determinou que três reportagens e cinco posts de Instagram tiveram de ser removidos do ar. O Plural está recorrendo na Justiça Eleitoral.

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