Cristina Graeml sugere cobrar pela utilização dos serviços do SUS em Curitiba

Candidata omitiu informação ao dizer que recursos da saúde vêm "do pagador de impostos curitibano ". Sistema também é financiado pelo estado e pelo governo federal

A candidata do PMB à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, sugeriu em seu horário eleitoral na televisão buscar uma “contrapartida” junto a prefeituras da Região Metropolitana pela utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. Ela não deixou a clara a proposta, mas indicou que poderá haver uma cobrança para a utilização dos serviços de saúde.

Nesta terça-feira (15), Cristina Graeml disse que “estamos prestando atendimento com o dinheiro do pagador de impostos curitibano à população que é de outras cidades”, o que é uma informação incompleta. Na verdade, o SUS tem três fontes de financiamento: municípios e Distrito Federal devem aplicar no mínimo 15% de sua arrecadação com impostos no serviços de saúde; já os estados devem destinar 12%. O restante é financiado pela União, que deve destinar no mínimo o valor aplicado no exercício financeiro anterior. No ano passado, Curitiba investiu 22,48%, segundo a gestora do SUS na cidades, Beatriz Battistella Nadas.

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A fala da candidata do PMB gerou uma reação da deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), ex-secretária da Saúde em Curitiba. Ela disse nesta quarta-feira (16) em pronunciamento na Assembleia Legislativa que Cristina Graeml é “negacionista”, “adversária de Curitiba”, “ignóbil”, “egoísta” e “despreparada”.

“Ontem, essa candidata atacou uma politica pública das mais relevantes, o nosso SUS. Ela disse que a partir de quando ela se sentar na cadeira da prefeitura, vai chamar todos os prefeitos, porque para ter atendimento no SUS em Curitiba agora vai ter que pagar”, disse a deputada. “Essa senhora é uma desclassificada, uma despreparada, uma desconhecedora de uma política pública das mais relevantes, que tem uma pactuação há muitos anos. Lutamos chegar a esse SUS que acolhe a todos”. 

Márcia Huçulak ressaltou que Curitiba tem um papel importante como polo de prestação de serviços de saúde – até por receber uma parte significativa de seus recursos do governo federal, e não dos contribuintes da cidade. “Curitiba tem obrigação de atender na alta complexidade, nos transplantes, nas doenças raras, nos tratamentos de câncer, órteses e próteses”.

“A segunda pérola, asneira, bobagem e cretinice dessa mulher: ela disse que os nossos servidores públicos atendem mal a população porque não gostam, porque têm preguiça, porque ficam olhando o celular. Ora, senhora, 40 mil servidores desta capital que trabalham diuturnamente, 17 mil professores nas escolas.”

Na sexta-feira da semana passada, dia 11, a campanha de Cristina Graeml informou que a candidata não daria mais entrevistas ao Plural alegando que veículos de imprensa estariam fazendo “cortes e edições com a intenção de deturpar suas falas e ‘criar narrativas’” (sem apontar quando isso teria ocorrido). O Plural entrou em contato com a assessoria da campanha nesta quarta-feira (16) e deixa o espaço aberto para uma eventual manifestação da candidata.

O Plural ouviu a deputada Márcia Huçulak na noite de segunda-feira, após o debate da Band. Ela comentou a indicação da médica Raíssa Soares, conhecida como “Doutora Cloroquina”, para ocupar o posto de secretária da Saúde de Curitiba caso Cristina Graeml seja eleita.

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