Milhares de manifestantes furaram a barreira policial, derrubaram grades e entraram na Assembleia Legislativa durante a sessão desta terça (3) para protestar contra a reforma previdenciária proposta pelo governador Ratinho Jr. (PSD). Os manifestantes estavam sendo mantidos do lado de fora pela PM, mas acabaram conseguindo forçar a entrada. Eles exigem a retirada de pauta do projeto.
Atualização 16h58: Os manifestantes irão manter a Assembleia ocupada e votaram pela manutenção da greve. A sessão do dia na Casa foi encerrada sem votações. Quatro manifestantes foram detidos.
Às 15h15, o presidente Ademar Traiano (PSDB), depois de os manifestantes exigirem, acabou suspendendo a sessão. Manifestantes já tinham conseguido forçar as grades da sala de imprensa e bastava passarem de uma porta de vidro, protegida pela ROTAM, para entrarem no plenário.
Há registros de pessoas feridas por bala de borracha e muito uso de spray de pimenta. Não se sabe até o momento o número de feridos. A APP, sindicato que representa professores e funcionários da educação, diz que três pessoas passaram mal pelo uso do gás de pimenta em ambiente fechado, mas já estão bem.
A Proposta de Emenda à Constituição está sendo analisada em comissão especial e, a depender da tramitação, pode chegar já nesta quarta (4) para a primeira votação em plenário.
A reforma proposta por Ratinho impõe as mesmas regras criadas por Jair Bolsonaro (PSL) para o funcionalismo federal. Idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e de 62 para mulheres, além de aumento da contribuição mensal sobre o salário para 14%.
A justificativa do governo é financeira, já que, segundo números oficiais, o Paraná teve déficit de R$ 5,4 bilhões com a Previdência em 2018, com previsão de subir os custos para R$ 6,3 bilhões neste ano.
A articulação política na Alep é forte. Enquanto os partidos da base aliada correm para tentar inserir o pacote na pauta de votação antes do recesso parlamentar (17 de dezembro), a oposição tenta manobras para prorrogar a votação para 2020.
Os servidores de várias categorias, incluindo os da educação e os agentes penitenciários, estão em greve contra a proposta.
O jornalista Gustavo Vidal filmou o momento em que os servidores entram na Assembleia:
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