Ratinho oferece cargos e a vice de Pimentel para que Ney Leprevost desista de eleição

Governador tenta eliminar candidaturas à direita para aumentar chances de vitória em primeiro turno

O governador Ratinho Jr. (PSD) tem uma reunião com o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, em São Paulo. A ideia é forçar o partido a apoiar Eduardo Pimentel (PSD) na disputa pela Prefeitura de Curitiba, o que significa abrir mão da candidatura de Ney Leprevost (União). A reunião acontece faltando dez dias para o fim do prazo legal para definição de candidaturas a prefeito neste ano.

O governo entrou não apenas com a lábia e o tempo de Ratinho. O pacote que teria sido oferecido ao União conta também com a influência do governador na Assembleia Legislativa. Ney Leprevost, para abrir mão da candidatura, teria a compensação de assumir como primeiro secretário na Assembleia. O posto é o segundo mais cobiçado na estrutura do Legislativo, e tem centenas de cargos comissionados à disposição. A jogada está combinada com o deputado Alexandre Curi (PSD), que deve ser eleito presidente neste segundo semestre, para mandato de dois anos.

Ratinho também teria oferecido a vice de Pimentel para o vereador Alexandre Leprevost, irmão de Ney. O pacote inclui ainda a Secretaria Municipal de Saúde na próxima gestão, que ficaria provavelmente com a deputada estadual Flavia Francischini, madrasta do presidente do União no Paraná, deputado federal Felipe Francischini. Por último, os deputados do partido teriam direito a R$ 50 milhões em emendas no orçamento estadual.

O jogo se tornou mais pesado nesta terça (23), quando Curi, Ademar Traiano (PSD) e Francischini se reuniram na Assembleia. Felipe Francischini passou a terça e esta quarta indo do gabinete de Curi para o de Ney Leprevost, com ofertas para tentar convencer o deputado a desistir. Ney até o início desta quarta resistia, mas se a executiva nacional decidir em contrário, não há muito que ele possa fazer.

Beto Richa

Além de Ney, Ratinho também ataca a candidatura de Beto Richa (PSDB), que pelas atuais estimativas poderia fazer cerca de 10% dos votos e forçar Eduardo Pimentel a disputar um segundo turno considerado incômodo pelo governo. Richa teria recebido proposta de ganhar cargos e espaço tanto na Prefeitura de Curitiba quanto no Governo do estado. Até agora, porém, mantém a candidatura a prefeito.

Hoje, Curitiba tem pelo menos cinco candidatos de direita e extrema-direita. Além de Pimentel, Leprevost e Richa, estão no páreo também Cristina Graeml (PMB) e Maria Victoria (PP). Sem que haja desistência de pelo menos dois desses candidatos, fica parecendo impossível que a eleição se resolva em turno único.

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