Vereadoras concentram 75% do fundão eleitoral destinado ao Partido Novo em Curitiba

Amália Tortato e Indiara Barbosa já receberam R$ 428,2 mil em recursos públicos para suas campahas

As vereadores Amália Tortato e Indiara Barbosa, que disputam a reeleição em Curitiba, receberam 75% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) destinados ao partido Novo na cidade. Segundo as prestações de contas enviadas à Justiça Eleitoral, elas já receberam R$ 428.265,11 do chamado fundão eleitoral para esta campanha. Até o início do ano, o Novo se recusava a usar recursos públicos e usava a renúncia como uma de suas bandeiras políticas.

Amália Tortato, que tenta a primeira reeleição, recebeu R$ 306.652,19 do fundão até agora, o que representa 80,1% do total investido em sua campanha (R$ 382.823,53). Já Indiara Barbosa, que também está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Curitiba, recebeu R$ 121.613,22 do fundo, o equivalente a 29,44% do total registrado até agora pela campanha (R$ 413.143,69). Os outros recursos são de doações.

O terceiro candidato do Novo que mais recebeu recursos púbicos públicos em Curitiba foi Guilherme Kilter, “queridinho” do ex-procurador Deltan Dallagnol e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Kilter já contabilizou R$ 64.969,52 do fundão eleitoral (32,92% do total arrecadado), além de R$ 132.358,92 em doações.

Dos 39 candidatos a vereador do partido na cidade, somente 11 tiveram acesso a recursos do fundão, com um repasse total de R$ 564.734,93. Os outros são Ariane Assis (R$ 5 mil, ou 16,12% do total declarado), Aryon (R$ 12 mil, 29,7% do total), Coelho Arthur (R$ 17 mil, 34,36% do total), Elis Domingues (R$ 9,5 mil, 59,82% do declarado), Layze Bastos (R$ 2,5 mil, 16.67%), Letícia Fanini (R$ 9,5 mil, 69,04%), Matheus (R$ 4 mil, 49,69% do total) e Rodrigo Marcial (R$ 12 mil, 16,38%).

Até o início deste ano, o Novo defendia o financiamento privado de campanha, o que na prática poderia beneficiar candidatos com mais recursos e reduzir as chances dos demais. Em fevereiro, o Diretório Nacional do partido aprovou por unanimidade o uso do FEFC e definiu alguns critérios, priorizando as candidaturas que conseguirem mais doações privadas e candidatos que já têm mandato.

Contra a correção dos salários dos servidores

Com o discurso de cortes nos investimentos públicos, Amália Tortato e Indiara Barbosa votaram contra a recomposição dos salários dos servidores municipais frente às perdas inflacionárias. Em janeiro de 2022, elas foram as únicas na Câmara a votar contra os projetos que lei que concederam aos servidores a reposição salarial correspondente ao IPCA entre os períodos entre outubro de 2019 e setembro de 2020 e entre outubro de 2020 a setembro de 2021. As recomposições somaram 13,71%, índice que sequer representou aumento real aos salários.

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