Professores iniciam greve e pedem para pais não mandarem filhos para a escola

Governo Ratinho consegue liminar afirmando que greve é ilegal, mas sindicato confirma que não haverá aulas em protesto contra terceirização

A semana começa no Paraná com uma greve de professores e professoras da rede estadual de ensino. A paralisação vem acompanhada de uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa para tentar impedir que os deputados estaduais aprovem um projeto do governo Ratinho Jr. (PSD) que permite terceirizar a administração de 200 colégios públicos. A greve começa já nesta segunda-feira (3) e não tem data para acabar.

A APP-Sindicato, que representa professores e profissionais das escolas públicas paranaenses, recomenda aos pais que não enviem seus filhos e filhas para a escola nesta segunda-feira “pois não haverá educadores para acolhê-los”, afirma nota publicada no site da entidade. O governo do estado, por outro lado, tenta manter as escolas funcionando, e para isso pressionou diretores e professores a furar a greve. Além disso, entrou com um pedido de liminar na Justiça para impedir a paralisação.

Durante o fim de semana, o plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu uma liminar para o governo afirmando ver ilegalidades no prazo de deflagração da greve e também cobrando que haja um mínimo de professores trabalhando por se tratar de uma categoria considerada essencial. No entanto, a APP manteve a greve e está contestando a liminar judicialmente.

O projeto pela terceirização das escolas é o principal motivo da greve deflagrada pelos professores. A paralisação foi decidida em assembleia há cerca de dez dias, com votos de 89% dos educadores que participaram da assembleia.

A manifestação dos professores em Curitiba está prevista para começar às 9h com uma concentração na Praça Santos Andrade. Depois disso, está marcada uma passeata até o Centro Cívico.

Além da suspensão das privatizações, a pauta da greve inclui o pagamento da data-base deste ano (3,69%) e o zeramento das perdas salariais dos educadores, que já supera os 39%. Além do protesto em frente à Assembleia Legislativa em Curitiba, estão previstas manifestações nos 29 núcleos da APP no interior do Paraná.

Limite e desinformação

O projeto enviado pelo governo Ratinho deixou os próprios deputados estaduais cheios de dúvidas: questões relativas aos gastos incluídos na proposta e sobre o número de colégios que podem ser terceirizados deixaram tanto oposicionistas quanto a base do governo em dúvida.
Um grupo de deputados prevê a apresentação de 17 emendas parlamentares para deixar a proposta mais clara. Entre elas, está um limitador que impede o governo de terceirizar mais escolas além das 200 anunciadas nesta primeira leva.

O projeto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e deve ser votado na Comissão de Educação antes de chegar ao plenário da Assembleia Legislativa. Como tramita em regime de urgência, o projeto pode seguir para sanção de Ratinho Jr. (PSD), caso aprovado, já nos próximos dias.

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4 comentários em “Professores iniciam greve e pedem para pais não mandarem filhos para a escola”

  1. Eliane Correia FRANCO Stofela

    Isso é uma vergonha em vez do governador fazer algo prá tentar melhorar a educação,faz prá acabar com ela de 1 vez. Cade a democracia será que teremos que aceitar tudo e ficar quietos porque sempre os mais fracos são prejudicados, isso tem que mudar.

  2. Esse governo ratinho júnior é a maior piada de todos os tempos, não tem respeito pelos professores, nos faz voltar a episódios anteriores quando professores foram atropelados por cavalos da polícia do Paraná, a única diferença é que dessa vez ele está atropelando os professores com seus jumentos, esses vestidos de terno e gravata , o desrespeito pela classe não vai acabar até todos os professores se unirem e pararem, por isso sou a favor da paralisação, vamos parar de ser trouxas e pedir ou fazer as nossas leis também, a primeira seria o fim da carreira política, quer parar com seu emprego e virar político , vai viver do seu salário da sua profissão, aí eu quero ver se existe pessoas que querem trabalhar para o povo.

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