Projeto para terceirização de escolas gera protesto de alunos em frente à Assembleia

Governo de Ratinho Jr. pretende repassar a administração de 200 escolas estaduais do Paraná para a iniciativa privada

Alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP) realizaram um protesto nesta terça (29) contra a terceirização da gestão das escolas prevista pelo governo de Ratinho Jr. (PSD). Cerca de 220 estudantes caminharam do Estadual até a Assembleia Legislativa do Paraná. Meninas e meninos usavam palavras de ordem como: “Trabalhador, olha pra cá, eu tô na rua pro seu filho estudar”; e “Não é mole, não tem dinheiro para empresário, mas não tem para educação”.

A gestão de Ratinho anunciou que pretende repassar a gestão de 200 escolas para a iniciativa privada. O projeto que prevê a criação do programa, chamado Parceiro da Escola, começou a tramitar nesta terça na Assembleia e foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

O projeto de terceirização parece ter pego os estudantes de surpresa. “Nós não esperávamos que um projeto como esse fosse proposto. De início, decidimos sentir qual era o clima dos alunos e professores do CEP. Assim que percebemos que os alunos tinham o desejo de se mobilizarem, já iniciamos nossas movimentações”, explica a estudante do 3° ano do ensino médio e presidente do grêmio estudantil do CEP, Beatriz Drzevieski.

Uma lista contendo o nome das instituições que o governo pretende terceirizar não foi oficializada, mas já é pública. Entre as 200 escolas estaduais que correm o risco de serem privatizadas, 34 unidades ficam em Curitiba e outras 27 na região metropolitana da capital.

Leia também: Veja quais são as 200 escolas que Ratinho quer terceirizar

O Colégio Estadual do Paraná não está na lista, mas os alunos temem por outros colégios de Curitiba. “Mesmo o CEP não estando na lista, existe uma preocupação com o sucateamento da educação pública. Essa luta não é só por nós, é também para os alunos que virão”, diz Caroline Reis da Silva, estudante do terceiro ano do CEP.

Além das manifestações em frente à Assembleia, os estudantes do Estadual decidiram dar início a uma paralisação nas aulas. “Nosso foco era poder paralisar as aulas, e nosso objetivo foi atingido. No turno da manhã, havia apenas 15 alunos dentro da sala no CEP. Portanto, houve uma aderência à nossa causa por parte da maioria dos estudantes”, diz Drzevieski.

Assim como os estudantes, os educadores da rede estadual devem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (03). A greve foi aprovada no último sábado (25) e não tem data determinada para acabar. Segundo a APP, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná manterá suas assembleias e acompanhará as movimentações do governo do estado para avaliar a situação da greve.

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