Curitiba gasta R$ 1,5 mi por ano com “escolas clandestinas”

A Secretaria Municipal de Educação de Curitiba gasta, por mês, R$ 117 mil em aluguel das sedes das quatro Unidades de Educação Integral Integradas criadas para atender alunos de escolas municipais da cidade. Os contratos (confira no fim da matéria) […]

A Secretaria Municipal de Educação de Curitiba gasta, por mês, R$ 117 mil em aluguel das sedes das quatro Unidades de Educação Integral Integradas criadas para atender alunos de escolas municipais da cidade. Os contratos (confira no fim da matéria) são de 24 a 36 meses e somam, por ano, R$ 1,5 milhão. Como o Plural já noticiou, as UEIs Integradas foram criadas sem autorização de funcionamento e recebem pessoal e recursos das escolas municipais regulares para manter os alunos durante o período de contraturno. As Unidades não existem no Censo Escolar, nem informam ao Ministério da Educação o número de alunos atendidos e profissionais responsáveis.

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Além do gasto com os alugueis, a prefeitura reformou os imóveis e ampliou o contrato de transporte de estudantes com a Trans Issak para fazer o translado das crianças das escolas para as UEIs. Tudo para criar “puxadinhos” nos quais alunos de 3 a 4 escolas ficam durante o contraturno. Os imóveis locados compreendem um prédio na rua Gardênio Scorzato com 447 metros quadrados construídos (UEI Santa Felicidade), o prédio da ex-escola Madre Carmela na Vila Izabel com 1836 metros quadrados (UEI Portão), um prédio na Estrada Delegado Bruno de Almeida com 1472 metros quadrados (UEI Tatuquara) e um prédio com 1505 metros quadrados na rua Professor Guilherme Butler (UEI Boa Vista).

O plano original, estipulado no Plano Municipal de Educação de 2015 a 2025, determinava a ampliação, reforma e adequação das escolas municipais para implantar o ensino integral. No modelo original o estudante permaneceria na escola durante as 9 horas de aula previstas. Mas para dar conta da meta a prefeitura criou em algumas regionais as chamadas UEIs Integradas, que são centros que recebem crianças de 3 a 4 escolas durante o contraturno. Para a Prefeitura, isso conta como implantação de ensino integral nas escolas atendidas. As UEIs, porém, não são instituições escolares regularmente criadas, com autorização de funcionamento, registro de responsáveis e de alunos matriculados, como determina a legislação municipal.

Todos os contratos, com exceção da UEI Tatuquara têm duração de 24 meses e somam R$ 3,2 milhões. O valor é suficiente para a construção de uma escola segundo as últimas obras do gênero realizadas pela Prefeitura de Curitiba.

Confira as UEIs Integradas

UEI Integrada Boa Vista

Endereço: Rua Guilherme Butler, 792

UEI Integrada Tatuquara

Endereço: Rua Estrada Delegado Bruno de Almeida, 8975

UEI Integrada Portão

Endereço: Rua Estado de Israel, 190

UEI Integrada Santa Felicidade

Endereço: Rua Gardênio Scorzato, 1087

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1 comentário em “Curitiba gasta R$ 1,5 mi por ano com “escolas clandestinas””

  1. Valnei Francisco de França

    A proposta em ter uma Educação Integral é ótima, todavia os vícios nas gestões destas Escolas é pra lá de funesto quando se acompanha a implantação, uso e resultados. Educação Integral não é apenas a ampliação do horário de estudos dentro de uma Instituição pelos Alunos e Profissionais da Educação. Quando se pensou em ampliar os horários para compor a formação dos Alunos, o objetivo é um ensino integrado à realidade de ambos, Escola e Alunos, de forma que sua construção seja de um Ser que compreenda aonde está, o seu entorno e os possíveis caminhos que possa trilhar. Mas, o que vemos? São conteúdos ainda comportados em suas caixas, gavetas disciplinares de forma estanque. As disciplinas continuam a não se comunicarem e este Aluno terá, ainda, uma maior dificuldade quando no seguimento de sua trajetória acadêmica, pois os outros segmentos da Educação Básica não levará em conta essas dificuldades e, também, manterá seus vícios de metodologias e ações pedagógicas. Pensar em Educação Integral é pensar numa Educação Básica Integral, onde, com o passar das séries o Aluno se perceba enquanto possibilidades e possa lá no Ensino Médio escolher com assertividade entre o profissional e/ou Ensino Superior. Uma escolha singular, e não impostas por pressões políticas e econômicas. Possuímos três grandes concentrações, a tecnológica, a humana e a biológica que podem, já no ensino médio, receber aqueles que optarem por uma Academia nesta áreas. Não com exclusividade das três, mas as tendo como ponto de partida, pois outras áreas ou concentrações podem ser agregadas às opções e não por contenção ideológica de empreendedorismo, pensamento computacional, projeto de vida, pois estes conteúdos precisam ser trabalhados nas disciplinas, pois são conteúdos disciplinares e não disciplinas. Tanto o Ensino quanto o aprendizado precisa ter concretude. No filme “Sociedade dos Poetas Mortos” já se dizia que o “tempo foge” “voa”. E nossas crianças continuam crescendo….

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