O déficit da Rede Integrada de Transporte (RIT) Coletivo de Curitiba passou de R$ 100 milhões em setembro. No fim do mês, a prefeitura da cidade terá pago R$ 106 milhões a mais que a arrecadação do sistema para manter o serviço. Esse total é maior que o orçamento anual da Fundação Cultural de Curitibam, que é de R$ 90 milhões para 2024. É também 4,8 vezes o orçamento de 2024 para o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, que é de R$ 22 milhões.
Segundo dados do sistema, o déficit ultrapassou os R$ 60 milhões previstos no orçamento da cidade de subsídios para a RIT em maio. O sistema é deficitário porque a arrecadação é feita sobre os R$ 6,00 da tarifa social, mas as empresas concessionárias do serviço são pagas com base numa tarifa técnica calculada mês a mês. Em 2024, a tarifa técnica média paga às concessionárias foi de R$ 7,10, ou R$ 0,60 a mais que a tarifa social.
Pela regra do contrato, apesar do número de passageiros do sistema ter caído sistematicamente desde a licitação do serviço em 2009, além dos problemas de qualidade as empresas continuam a ser remuneradas por um padrão que cobre os custos do sistema e ainda prevê uma “rentabilidade justa” para os prestadores do serviço. Em maio, a rentabilidade representou 11% da tarifa ou R$ 0,82 na tarifa, que foi de R$ 7,1593 no mês.