Dia Nacional da Lembrança do Holocausto será em 16 de abril

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que institui o Dia Nacional da Lembrança no Holocausto em todo o país

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que institui o Dia Nacional da Lembrança no Holocausto em todo o país. O dia escolhido foi o dia 16 de abril, data da morte do diplomata brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas, que atuou em defesa das pessoas ameaçadas pelo regime nazista nas décadas de 1930 e 1940. O projeto apresentado em 2017 pelos ex-deputados Jorge Silva e Sergio Vidigal, ambos do Espírito Santo, foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 29 de julho.

O Holocausto foi a morte sistemática e planejada de milhões de pessoas durante o regime nazista na Alemanha, de 1933 a 1945. Entre os perseguidos estavam judeus, ciganos, comunistas, homossexuais, testemunhas de Jeová e opositores do regime. Estima-se que ao menos 6 milhões de judeus tenha sido mortos nos campos de concentração espalhados pela Alemanha e por territórios do Leste da Europa ocupados pelas forças nazistas.

Luiz Martins de Souza Dantas nasceu no Rio de Janeiro e ingressou no Ministério das Relações Exteriores aos 21 anos, em 1897. Era embaixador na França quando teve início a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Dantas emitiu cerca de 500 vistos para perseguidos pelos nazistas até 1940, quando o governo francês se retirou para o Sul, prevendo a invasão alemã, e instalou um governo colaboracionista na cidade de Vichy.

Como muitas vezes passava por cima das regras do governo do brasileiro para conceder vistos, Dantas foi impedido de dar novas autorizações de entrada no país em 1940. Mesmo assim, seguiu concedendo vistos com datas retroativas. O diplomata morreu no dia 16 de abril de 1954, em Paris, e é um dos brasileiros que receberam o título de “Justo entre Nações”, concedido pelo Estado de Israel. A outra é Aracy de Carvalho, conhecida como “Anjo de Hamburgo”. Ela era chefe da Seção de Passaportes do Consulado do Brasil em Hamburgo e também ajudou vários perseguidos a fugirem da Alemanha.

“A lei veio em boa hora”, avalia o presidente da Federação Israelita do Paraná, Alexandre Knopfholz. “Com tudo que está acontecendo em Israel, está havendo uma confusão gigantesca entre ser favorável ou contrário ao governo de Israel ou ser favorável ou contrário aos judeus. Temos visto um aumento do antissemitismo no Brasil, com muitas denúncias de atos antissemitas, com pichações e em redes sociais. Os sobreviventes do Holocausto estão morrendo e agora existem negacionistas do Holocausto, que estão crescendo”.

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