Um grupo de enfermeiros de vários hospitais de Curitiba realizou uma manifestação durante o desfile militar do dia 7 de setembro em Curitiba. Eles protestam contra a decisão do ministro Barroso do STF que concedeu um prazo de 60 dias aos entes públicos e privados da área da saúde para esclarecer o impacto financeiro do piso salarial. A decisão suspendeu a vigência da nova lei, já sancionada pelo presidente Bolsonaro, que previa piso para a categoria de R$ 4.750.
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Por conta dessa suspensão, cerca de trinta enfermeiros e estudantes se juntaram para uma caminhada que começou na Praça Nossa Senhora de Salete e terminou na Praça 19 de dezembro. “Hoje estamos aqui contra a decisão do ministro Barroso que deu uma decisão monocrática sobre um tema que ele não tem competência para decidir monocraticamente”, explica Fabio, técnico de enfermagem na UPA Fazendinha de Curitiba.
Após alguns minutos, o grupo parou em frente à arquibancada, onde todas as autoridades estavam, incluindo o governador do estado Ratinho Junior. Foram exibidos vários cartazes de protesto, mas por causa do desfile dos militares ninguém na arquibancada parece ter notado os manifestantes.
“Nos queremos saber qual é a posição do Ratinho. Ele vai pagar o piso? O prefeito de Almirante Tamandaré se manifestou que vai manter o piso. O governo não tem dinheiro para isso?”, perguntou Fabio.
Uma das principais queixas dos enfermeiros decorre da gestão da pandemia e dos esforços que foram feitos para atender as pessoas nas UPAs. “Nos últimos dois anos foi tudo em regime de emergência. O ministério da Saude dispensou dinheiro em todos os lugares do Brasil. Agora que é a hora do reconhecimento da nossa categoria, ninguém faz nada”, finaliza Fabio.
O protesto foi apenas o primeiro ato de uma serie de mobilizações que serão realizadas nas próximas semanas. Para esta sexta-feira (9), está marcada uma nova manifestação em frente ao hospital Mackenzie, às 11h, de onde começará uma caminhada até a praça Rui Barbosa.
Candidatos
O desfile das Forças Armadas, que voltou a ser realizado em Curitiba após dois anos, contou com a presença de vários candidatos às eleições dos principais partidos políticos de centro-direita. Na Rua Cândido de Abreu estavam Deltan Dallagnol (PODE), o delegado Matheus Laiola (União) e também Oswaldo Eustáquio (União), os três buscam uma vaga na Câmara. Na arquibancada ao lado do governador Ratinho Junior também estava presente Paulo Martins (PL), candidato ao Senado que na tarde também participou da manifestação dos apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro.
Na frente da Praça 19 de dezembro estava presente o candidato Newton Ishii, o Japonês da Federal, policial da PF que se tornou famoso na época da Lava Jato por várias aparições ao lado dos mais importantes presos da operação. Agora ele vai disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados em um mandato coletivo junto com Fabio Makashima, ou Japa da Civil.
Durante o desfile das forças, apareceram dezenas de manifestantes agitando as bandeiras de diversos candidatos de centro-direita, como Beto Richa (PSDB), Coronel Lee (DC), Aroldo Martins (Republicanos) e Filipe Francischini (União). Poucos foram os participantes à manifestação que vestiram as camisetas com a imagem do presidente Bolsonaro, enquanto foram expostas varias bandeiras da coroa imperial do Brasil.
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