Famílias deixam ginásio cedido por religiosas; metade ainda não tem aluguel social

Moradores foram despejados da Tiradentes II há duas semanas, mas Cohab ainda não distribuiu benefício de R$ 800 para todas as famílias atingidas

As 67 famílias despejadas da ocupação Tiradentes II, na zona Oeste de Curitiba, deixaram neste fim de semana o abrigo provisório no ginásio de esportes do Centro de Integração Social Divina Misericórdia. No entanto, apenas metade das famílias já recebeu o primeiro pagamento do aluguel social prometido pela Cohab. As outras, pelo menos por enquanto, ficarão em casas de parentes, amigos ou farão um esforço para começar a pagar o aluguel por conta própria.

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As famílias foram tiradas à força da Tiradentes II há duas semanas, numa ação violenta da Polícia Militar do Paraná. Embora houvesse um acordo para que os moradores deixassem o terreno, que pertence à multinacional de lixo Essencis, a juíza Franciele Cit deu autorização para que o despejo fosse feito numa das madrugadas mais frias do ano em Curitiba. Adultos, idosos e até crianças de colo foram expulsos e as casas foram destruídas imediatamente, muitas ainda com objetos pessoais e móveis dentro.

Os despejados foram abrigados pelas irmãs da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, que administram o Centro Divina Misericórdia, no bairro São Miguel. No entanto, a “mudança” feita a contragosto pela Essencis, foi transportada em caçambas sujas. Quase tudo que as famílias tinha se perdeu.

Até esta terça-feira (23), o levantamento feito pelo Movimento Popular pela Moradia (MPM) indica que 32 famílias receberam o benefício de R$ 800 acordado com a Prefeitura de Curitiba para que possam pagar um aluguel e começar a vida em outro lugar. As demais famílias precisaram achar algum meio improvisado para deixar o ginásio de esportes, onde estavam acomodadas precariamente em colchões.

Para o MPM, a obrigação agora é da Cohab, que precisa pagar o benefício para todas as famílias expulsas das casas, conforme havia se comprometido a fazer no acordo. No entanto, o movimento diz que a permanência no ginásio não era mais sustentável, inclusive porque a situação impedia o Centro de realizar suas tarefas cotidianas, com o atendimento de crianças e jovens carentes da região.

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