A Polícia Civil afirma que o réu confesso do assassinato de Rachel Genofre, morta aos nove anos de idade em 2008, tem uma longa história de estupros contra menores de idade. O primeiro crime teria sido cometido ainda na década de 1980, e desde então a história teria se repetido, sempre com vítimas entre os 4 e os 14 anos.
A história foi divulgada nesta quarta, um dia depois do interrogatório do réu, trazido de São Paulo, onde já estava preso por outros crimes, para Curitiba. Nas declarações em que admitiu a longa trajetória de crimes, o homem teria se mantido calmo e sem emoções, um dos motivos que leva os responsáveis pela investigação a acreditar que ele tenha algum distúrbio de personalidade.
No entanto, em entrevista coletiva, os policiais dizem que, embora tenha dificuldades em demonstrar empatia, minta compulsivamente e não demonstre emoções, o réu tem capacidade aparente de distinguir entre o certo e o errado, e portanto estaria em condições de responder por seus crimes. Isso, no entanto, depende de uma avaliação psiquiátrica.
A polícia paranaense confirmou que o réu confessou o crime contra Rachel. A autoria do crime também é reforçada pelo exame de DNA do suspeito. A tendência é que, depois de passar pelo Ministério Público, o caso seja levado a júri popular.
Rachel foi atraída pelo criminoso quando estava sozinha e levada ao que tudo indica para uma kitinet. A polícia não sabe o endereço do imóvel. Lá, a menina teria entrado em desespero ao perceber que tinha caído numa armadilha e começou a gritar. O homem a matou, segundo diz, para não ser descoberto.
À polícia, o criminoso diz ter estuprado a garota já inconsciente ou morta. Mas os policiais não acreditam na versão. Depois disso, o corpo foi levado pelo homem, num ônibus e num táxi, até a Rodoviária de Curitiba, onde foi abandonado.
Segundo o interrogatório, o réu teria se casado pela primeira vez aos 17 anos, com uma garota de 12. O primeiro crime teria ocorrido em 1985. De lá para cá, foram pelo menos seis vítimas, além de crimes de estelionato. O réu passou em pelo menos três oportunidades pelo sistema prisional, mas acabou solto depois de cumprir parte da pena.
Colaborou Rafaela Moura.