Distante 26 quilômetros de Curitiba, Campina Grande do Sul tem 40 mil habitantes e registrou aumento rápido de casos de covid-19 na última semana. Eles subiram de 7 para 13 moradores contaminados, com três mortos. Para tentar conter o avanço da doença, a Prefeitura decretou lockdown, a medida mais restritiva ao isolamento social.
A decisão, no entanto, vale apenas para três bairros do Município: Capivari (Barragem), Ribeirão Grande e Jaguatirica. Ela proíbe comércios não essenciais e restringe a circulação de pessoas, que só poderão sair às ruas para ir ao mercado, farmácia, médico ou trabalho. O uso de máscaras também é obrigatório.
O lockdown de Campina Grande do Sul mantém em funcionamento apenas mercados, agropecuárias, farmácias, serviço funerário, transporte coletivo, táxi, transporte remunerado privado individual, distribuidoras e revendedoras de gás, panificadoras, postos de gasolina, comércio de prestação de serviços essenciais e fornecimento de alimentação, localizados às margens da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116).
O decreto foi assinado e publicado na quarta-feira (13) pelo prefeito BIhl Zanetti (PSDB), um dia após mãe e filha, de 84 e 64 anos, moradoras de Jaguatirica, morrerem por causa da covid-19. Um homem de 84 anos, morador do bairro Paiol da Baixo (Terra Boa), também área rural da Cidade, foi o primeiro óbito por coronavírus no Município, no início de maio.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campina Grande do Sul, Marilda Schwartz, o número de contaminações já detectadas na área rural é preocupante, especialmente pela grande faixa de extensão da BR-116, que corta a região. “Campina Grande do Sul está no corredor que liga São Paulo – epicentro da pandemia no Brasil – ao sul do país. Este é um grande motivo de preocupação para nós aqui na cidade”, conta.
O prefeito diz que decidiu aplicar o lockdown como estratégia para evitar que a pandemia se alastre na área rural. “Tivemos de agir rápido para evitar que a situação saia de controle. O tempo todo trabalhamos no sentido de buscar o equilíbrio entre a saúde das pessoas e a liberdade econômica. Mas a prioridade é a vida”, observa.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde a Cidade enfrenta o pico da doença, com o maior número de registros de covid-19 em um menor espaço de tempo, desde que o primeiro caso foi identificado, no dia 3 de março. Até agora, são 13 casos confirmados de coronavírus, sendo que 70% dos registros correspondem a pacientes do sexo feminino.