Uma moradora de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), procurou o Ministério Público do Paraná (MPPR) para pedir ajuda, pois está com medo de perder a visão após uma série de problemas no atendimento com oftalmologia.
Segundo documento publicado em diário oficial, a mulher aguardou quatro anos para uma consulta com oftalmologista no município.
Quando fez a consulta, teve problemas com o colírio utilizado para dilatação das pupilas, mas foi encaminhada pela médica ao hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (RMC), para uma cirurgia de blefaroplastia, usado para diminuir a pele as pálpebras, que auxilia pessoas que têm dificuldade de visão, mas também é adotada por procedimentos estéticos.
No hospital, alega a paciente, a médica que a atendeu desconsiderou a necessidade da blefaroplastia, falando sobre que o Sistema Único de Saúde (SUS) não faz procedimentos estéticos, embora houvesse indicação médica para tal.
Ainda de acordo com o documento publicado em diário oficial, a paciente foi informada pela médica que tinha catarata nesta e foi orientada a procurar a rede privada porque o tratamento não estava disponível no SUS.
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“Cada um fala uma coisa. Estou desesperada porque posso perder minha visão”, lamenta a paciente na denúncia feita ao MPPR.
Segundo informou ao Plural o Ministério da Saúde, o SUS “oferta procedimentos cirúrgicos para tratamento de cataratas no Brasil, assim como a cirurgia de blefaroplastia. Para ter acesso a esses procedimentos, a pessoa deve iniciar o atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 horas). O usuário será avaliado pelo médico e, se necessário, encaminhado ao atendimento especializado com o oftalmologista do território”.
O Ministério da Saúde também explicou que é possível denunciar condutas médicas e atendimentos inadequados diretamente na Ouvidoria-Geral, por meio do Disque Saúde 136 ou pelo site do Governo Federal, além de comunicação direta com o Conselho Profissional de cada categoria.
Já o hospital Angelina Caron disse, por meio de nota, que “cumpriu todos os protocolos de atendimento e a recomendação médica à paciente em questão foi a de acompanhamento semestral da evolução do quadro inicial de catarata e descartou a necessidade de intervenção cirúrgica no momento, uma vez que acuidade visual da paciente apresenta visão 20/20, que representa visão de 100% em ambos os olhos.
A instituição reforça que no dia 22/04/2024, a paciente foi submetida a exames oftalmológicos completos com anamnese, análise dos encaminhamentos apresentados pela paciente, medida de acuidade visual com e sem correção, ectoscopia e biomicroscopia de segmento anterior e posterior”.
A prefeitura de Colombo não retornou o contato da reportagem.