Plano de Curitiba para tragédias climáticas é criticado por curitibanos

Publicação foi recebida com ressalva pelos curitibanos que criticam a postura da gestão atual com relação às práticas ambientais

Em junho se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi celebrada na última quarta-feira (5) na ocasião a prefeitura de Curitiba publicou uma reportagem especial em seu site e em suas redes sociais apresentando as iniciativas do município para preservação ambiental. A publicação foi recebida com ressalva pelos curitibanos que criticam a postura da gestão atual com relação às práticas ambientais. 

A publicação apresenta 16 iniciativas da prefeitura municipal, que giram em torno da preservação de áreas verdes, preservação de fauna, energia limpa, mobilidade urbana, e prevenção de enchentes e alagamentos na cidade.

Segundo a prefeitura, “a devastação causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul este ano reacendeu a urgência do cuidado com o meio ambiente, com as adaptações e com as mitigações às mudanças climáticas”.

Entre as iniciativas apresentadas pela prefeitura de Curitiba, duas foram mal recebidas pela população. Na publicação feita nas redes sociais da prefeitura, os curitibanos questionam a ideia de inovação dos parques alagáveis. “Os parques alagados são de muito tempo atrás e já não dão conta dos alagamentos em vários pontos da cidade”, diz um dos comentários. 

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O comentário se refere à proposta da prefeitura de instalar 6 novos parques alagáveis na cidade nas regiões do Abranches, Bairro Novo do Caximba, Umbará, Taboão e Barreirinha.

Segundo a prefeitura, “esses novos parques são espaços projetados especialmente para serem alagados com o excesso de água das chuvas. A ideia consiste em usar a capacidade natural dos lagos, árvores, arbustos, solo e galerias pluviais para permitir o escoamento da água para locais onde ela não cause maiores danos em áreas residenciais”.

Curitiba já conta com parques que cumprem essa função, são eles os parques Barigui, São Lourenço, Bacacheri, Tingui e Atuba. “Na verdade, essas áreas foram feitas para terem essa função desde o início. São áreas que surgem para prevenir os alagamentos e enchentes, mas nas épocas secas podem ser usadas como parque” explica o doutor em geografia e coordenador do Laboratório de Climatologia (LaboClima) da UFPR Wilson Roseghini.

No entanto, é com o programa 100 mil árvores que os comentários mais críticos foram feitos. “Plano de ação: convencer a população que muda e árvore adulta saudável é tudo a mesma coisa”, diz um dos mais de 70 comentários. 

As críticas têm relação com o projeto do novo inter 2 que prevê a requalificação da infraestrutura viária da Avenida  Pres. Arthur Bernardes. O projeto foi apresentado em maio de 2023 e prevê a retirada de mais de 230 árvores da via. 

Pontos em vermelho são árvores marcadas para serem removidas. I Foto: Plano de Mobilidade Urbana Sustentavel de Curitiba

De acordo com o Plano de Arborização de Curitiba para cada árvore retirada, outras duas serão plantadas. No entanto, o projeto não especifica onde serão plantadas estas novas mudas. “A legislação é um pouco frágil com relação a essa compensação. A exemplo disso, ela considera a compensação numérica por exemplo no corte de 200 árvores para plantar mil, mas não leva em consideração o conforto térmico da região em que as árvores foram cortadas”, diz Roseghini.

Em fevereiro deste ano a prefeitura realizou o corte de mais de 30 árvores na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no bairro Tarumã. Na ocasião, a prefeitura disse que no lugar das árvores retiradas outras novas seriam plantadas nos bairros Capão da Imbuia, Jardim Social, Bairro Alto, Cajuru e no próprio Tarumã. A polêmica da retirada das árvores é que além de não existirem mais áreas de sombra sua retirada pode causar mudanças na sensação climática uma vez que as árvores ajudam a mitigar a sensação de calor. 

Para evitar o corte das árvores, uma manifestação organizada pelo deputado estadual Goura (PDT) em parceria com moradores da região deve acontecer neste sábado (08) às 11h no Chafariz dos Anjos na Avenida Arthur Bernardes.

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2 comentários em “Plano de Curitiba para tragédias climáticas é criticado por curitibanos”

  1. A Prefeitura alega que está replantando as árvores, principalmente nas proximidades do Tarumã. Mas se vocês forem, por exemplo, na Av. Affonso Penna, ao lado da Linha Verde, podem verificar que ela foi toda requalificada, mas não teve uma única árvore plantada. Lamentável.

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