Protocolo criado por pesquisador da UTFPR identifica risco de queda em idosos em dez minutos

Considerada a terceira maior taxa de mortalidade entre pessoas com mais de 65 anos, quedas podem ser prevenidas por testes físicos

Uma pesquisa desenvolvida pelo doutor Oslei Matos, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) do campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), cria protocolo de avaliação que identifica risco de queda em idosos em até dez minutos. Com cinco testes físicos mais o acompanhamento de qualidade nutricional e do sono, o protocolo previne quedas e fraturas em pessoas com mais de 60 anos.

O objetivo da pesquisa é avaliar pessoas com mais de 60 anos no Paraná, com foco na prevenção das quedas, especialmente nas casas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número deste tipo de acidente aumentou nos últimos dez anos. Em 2013 pouco mais de 16 mil idosos sofreram alguma queda, já em 2022 o número saltou para 33 mil.  Ainda segundo o Ministério da Saúde, as quedas são consideradas a terceira maior causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos.

O objetivo do protocolo é justamente identificar potenciais riscos de queda e auxiliar na prevenção de fraturas. De acordo com o pesquisador que está à frente do projeto, a avaliação foi desenvolvida a partir das recomendações da OMS, e reduz de 25 exames e avaliações para apenas cinco. “Utilizamos protocolos usados em todo mundo, mas eles costumam ser muito longos. Então durante a primeira fase da pesquisa conseguimos enxugar uma avaliação de 40 minutos para dez”, diz Matos.

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Até o momento da pesquisa foram atendidas pouco mais de 300 pessoas de Curitiba e Região Metropolitana. “A ideia agora é aplicar o protocolo em todas as unidades de saúde do estado do Paraná. A próxima fase usaria os 13 campi da universidade como polo de atendimento para análise de todos os idosos do Paraná”.

Dona Dilma Delega, 60 anos, é moradora de Colombo e participou de uma das avaliações realizadas na UTFPR na última quarta-feira (14). “Foi tudo bem rápido, as perguntas foram bem explicadinhas e não me deixaram com dúvidas”, diz.

Durante a avaliação a idosa respondeu perguntas sobre sua saúde, alimentação e qualidade de sono, se caiu ou não nos últimos meses, fez testes de força e equilíbrio. Além destas avaliações, dona Dilma também fez o exame de densitometria. Responsável pela detecção precoce de perda de massa óssea, o exame de densitometria pode auxiliar na prevenção e combate à osteoporose e osteopenia, reduzindo, assim, os riscos de eventuais fraturas.

Depois da avaliação os idosos recebem o resultado de seus exames via celular. Além deles, as unidades de saúde pela qual foram encaminhados também recebem os resultados e fazem o acompanhamento desses pacientes. 

É pelo celular também que eles podem tirar dúvidas sobre sua saúde e responder a outras questões que surgirem durante a avaliação. Dona Dilma, por exemplo, esqueceu o nome do suplemento que costuma tomar, mas ficou de enviar essa informação para assim que chegasse em casa. “ É muito importante cuidar da saúde e como vou receber as informações pelo celular é ainda mais prático”, diz.

Segundo o pesquisador, a universidade já estuda a possibilidade de equipar um caminhão móvel para a realização destes testes em todo Paraná. O veículo levaria os equipamentos e aparelhos de testes, além da equipe, para as demais sedes da UTFPR, atendendo a população de cada região. “Esperamos poder ter auxílio do Governo Estadual, através da Secretaria de Saúde, para que os testes, principalmente o de densitometria, possam ser arcados pelo Sistema único de Saúde (SUS). Além da doação deste caminhão por parte de alguma empresa parceira, para os deslocamentos poderem ser feitos e o projeto siga adiante”, explica Oslei de Matos.

Até o momento as avaliações são realizadas na sede Centro do Campus Curitiba, no Laboratório de Densitometria (LABDEN) e os idosos são encaminhados ao LABDEN através das unidades de saúde de seus municípios.

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