Ser Uber em Curitiba só vale a pena a partir de 50 horas por semana

Estimativa de ganhos divulgada pela Uber mostra que considerados os gastos, motoristas precisam trabalhar pelo menos 50 horas por semana para ganhar mais de um salário mínimo

Uma estimativa de ganhos divulgada pela Uber para a Curitiba aponta que para ganhar mais de um salário mínimo – que hoje é de R$ 1412 – o motorista parceiro precisa trabalhar pelo menos 50 horas por semana, o equivalente a 8,3 horas por dias, seis dias por semana. A estimativa da empresa é calculada a partir da mediana de ganhos dos motoristas da plataforma que atuam na cidade e considera apenas os ganhos, não os custos. O Plural incluiu na conta os custos com o carro, impostos e combustível para chegar na estimativa de ganho efetivo – ou líquido.

Atualmente, segundo dados da Receita Federal, há 8.107 motoristas de aplicativo com registro como Microempreendedor individual em Curitiba, dos quais 5.878 estão com a empresa ativa. O registro como MEI é exigido pela Prefeitura de Curitiba para se cadastrar junto a URBS.

Segundo a Uber, em Curitiba a mediana de ganho do motorista que fica ativo no aplicativo por cerca de 20 horas semanais é de R$ 2.352 ou R$ 588 por semana. Mas considerando o gasto com o carro, o combustível e os impostos, o trabalhador terminaria o mês com um prejuízo de R$ 1.195. O maior culpado pelos altos custos é o carro. Para fazer o cálculo o Plural considerou a locação de um Chevrolet Onix 1.0, cuja diária fica entre R$ 100 e 120. Isso implica em um custo mensal de R$ 3000,00 com o aluguel, IPVA, aluguel e manutenção.

A locação de carro para Uber tem um custo mensal maior, mas custo inicial menor, especialmente se o motorista não tem carro próprio. Mas mesmo quem tem carro próprio tem que conseguir manter o custo dele (IPVA, seguro, manutenção) abaixo de R$ 393 por mês para ganhar um salário mínimo com 20 horas de trabalho. Muitos motoristas fazem justamente isso, mas eliminando gastos com seguro (a Uber exige apenas um seguro de acidentes pessoais para os passageiros) e manutenção. Mas essa solução pode virar um problema caso o trabalhador sofra um acidente ou tenha que fazer uma manutenção mais cara no veículo.

A simulação feita pelo Plural aponta que só a partir de 40 horas o ganho líquido do motorista passa a ser positivo. E só passa do salário mínimo nacional a partir de 50 horas de trabalho semanais.

Os dados divulgados pela Uber, porém, consideram uma mediana, ou seja, há motoristas que ganharam mais e que ganharam menos nas mesmas condições. No caso de novos motoristas que ainda estão aprendendo a usar a plataforma as chances de ganhar menos são maiores.

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8 comentários em “Ser Uber em Curitiba só vale a pena a partir de 50 horas por semana”

  1. Carro alugado, so tem gasto com o combustível, manutenção por parte da locadora.
    Paga em média 620 por semana ou seja 88,57 por dia para pagar o carro.
    Trabalhava 8 horas a 12 por dia e tirava bruto no mínimo 350 até 420 no máximo por dia, sábado e domingo fazia mais. Então paga tranquilo o carro, o problema agora é a alta da gasolina aqui em Curitiba 6,59…daí reduz muito o lucro pq a média de gasolina gerava em torno 150 reais pra rodar nestas horas.
    Quanto a carro próprio nao tenho ideia dos custos.
    Alguns ganham bebê outros não, mas se o motorista for aplicado e trabalhar como se tivesse trabalhado em uma empresa com horários definidos, metas e não tiver preguiça ganha bem sim.

  2. Então vai lá e faz melhor que os apps.
    Pense numa forma melhor de nos trazer renda, mas não vale ser benefício social.
    Vale aquela máxima:
    “Muito ajuda quem não atrapalha”.
    E para não mais dar audiência, não vou ler a matéria sobre os dados da Receita Federal e vou bloquear o Plral.jor do meu feed de notícias.
    Vá andar de táxi pagando bandeira 2 então, se está tão preocupada com a condição do prestador do transporte.

  3. Creio que a autora não incluiu no cálculo o custo de reposição do carro, que rapidamente se desgasta e tem uma desvalorização mais acentuada no mercado de usados.
    Se o fizer, concluirá que o trabalho para apps como Uber, sempre foi e sempre será deficitário.
    E mais impressionante é que, quando perguntamos aos motoristas se o trabalho gera lucro, a grande maioria afirma que sim.
    É a total ausência de noção de custo.

  4. Até que fim um(a) jornalista divulga a verdade.
    O que importa para o motorista não e o que ele ganha das plataformas, e sim o que ele gasta…
    Vc pode ganhar 20 mil na Uber, mais se gastar 17 mil para manter o carro, manutenção, combustível alimentação… do que adianta, só sobrou 3 mil pra sobreviver.

  5. Pessoal,a conta é simples:
    Base de cálculo para Km rodado até o ano 2..000 ,girava em torno de R$1,00.
    Se a moeda brasileira desvalorizou mais de 87% ,desde a sua criação,em 1.994 , logo,quem aceitar corridas com valor igual ou inferior a 1,90 o Km, não terá lucro. Simples assim!
    Se considerarmos então que o valor da gasolina,por litro, em 1.994 , tinha preço médio de 0,53 centavos,basta comparar com o preço médio atual.

    1. Eu só não entendo como uma pessoa, que se diz repórter, faz pesquisa de acordo com a fonte de sua própria cabeça.. vá perguntar aos motoristas.. va trabalhar como motorista de aplicativo e veja a realidade.. por isso que essa categoria é tão sub valorizada

      1. Eduardo, Você realmente tá defendendo que entrevistar dois, três motoristas de Uber é mais preciso que ter acesso aos dados da própria plataforma? Não leia a minha matéria sobre os dados da Receita Federal a respeito dos motoristas, você não vai gostar. Obrigada pela audiência. Rosiane

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