Startup da UTFPR desenvolve próteses mamárias mais acessíveis com impressão 3D

Em parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer, estudantes doarão 50 unidades para pacientes que enfrentaram mastectomia

Três ex-alunos da UTFPR, Felipe Franco, Bruno Benegra e Antonio Verguetz, estão à frente da startup “Regenera”, que está incubada na própria Universidade. A empresa já mudou a qualidade de vida de muitas mulheres, junto com Rede Feminina de Combate ao Câncer.

A empresa une as áreas da engenharia e da saúde, produzindo próteses mamárias, por meio de impressões em 3D, específicas para os sutiãs das pacientes que tiveram que retirar as mamas.

A demanda foi percebida por Franco, que teve contato com a Rede Feminina de Combate ao Câncer no período em que trabalhava no Instituto de Bioengenharia Erasto Gaertner. “As pacientes que tratam pelo SUS têm direito à prótese, à reconstrução, mas há uma fila e a retirada da mama tem um impacto muito grande na autoimagem da mulher”, diz.

Para desenvolver a ideia, a equipe foi contemplada pelo Programa Centelha, que tem recursos da Fundação Araucária e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). “Então, em parceria com a Rede, levamos quatro meses para desenvolver a prótese que pode ser usada no sutiã”, detalha.

O sutiã foi escolhido pela Rede e, a partir daí, as próteses da Regenera foram criadas para modelagem que vai do 40 ao 56, contemplando todos os tipos de corpos.

Em paralelo, com os tamanhos de sutiãs utilizados pela Rede, Verguetz e Franco começaram a pensar nos insumos ideias para o produto.

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Os testes foram feitos até chegar ao modelo ideal ao toque. Em uma pesquisa com 300 usuárias, houve o feedback positivo quanto à textura, peso e formato de 299 respondentes, no fim de 2021. “Isso é muito importante porque muitas mulheres tentam substituir o volume com bolsinhas feitas de arroz, sementes e outros materiais que podem ser incômodos”, explica Verguetz.

O produto aguarda patente e, em breve, estará no mercado para comercialização, com preço mais acessível que os modelos disponíveis atualmente, segundo os pesquisadores.

Solução em família

A solução acabou auxiliando de modo inesperado uma pessoa próxima a Antonio: a tia dele Mirian Zancanaro Wergutz, de 59 anos. Quando saiu de Navegantes, Santa Catarina, ela não esperava que uma simples visita a familiares, em Curitiba, mudaria sua qualidade de vida.

Mirian descobriu um câncer de mama em 2011, passou por uma mastectomia e realizou a última radioterapia em 2014. Mas Antonio não sabia do diagnóstico e do tratamento. Foi só no dia em que ela foi conhecer seu local de trabalho, que o sobrinho descobriu e pôde ajudá-la. “Ela perguntou se aquilo eram próteses e contou que precisou fazer a mastectomia, então doamos uma para ela”, conta.

Assim como outras mulheres fazem, Mirian chegou usar alpiste para chegar ao peso ideal da mama que foi retirada. Atualmente, ela fala como a prótese a ajudou. “Eu restaurei minha autoestima. Voltei a ir à praia. Posso usar as roupas que gostava de usar. Sinto mais segurança ao me vestir e até na postura. Não preciso mais me esconder”, conclui.

Outubro Rosa

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 73 mil novos casos de câncer de mama devem ocorrer até, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. A doença atinge majoritariamente mulheres e no Erasto Gaertner e a Regenera é a fornecedora das próteses que são utilizadas pela Rede.

Neste Outubro Rosa, a Regenera vai doar 50 próteses. Para isso, é preciso preencher o formulário. Se aprovada, a interessada deverá retirar a prótese no campus Ecoville em horário comercial (R. Dep. Heitor Alencar Furtado, 5000).

Para saber mais detalhes, também é possível entrar em contato pelo Instagram da Regera.

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