Hospital alagado em Campo Largo teve menos recursos para manutenção em 2023

Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo, teve uma redução de 76% nos recursos destinados a serviços de manutenção no ano passado

Com duas alas alagadas por causa da forte chuva de segunda-feira (24), o Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo, teve uma redução de 76% nos recursos destinados a serviços de manutenção no ano passado, segundo as prestações de contas da Funeas (Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná), que administra 14 estabelecimentos públicos de saúde no estado. Em 2023, o valor destinado à manutenção foi de apenas R$ 55.850,99, de acordo com a fundação.

Com a chuva de segunda, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica e a Enfermaria do hospital ficaram alagadas, o que levou a direção do estabelecimento a remanejar pacientes para o Centro Cirúrgico. Parte do telhado foi atingida e teve que ser coberta com uma lona. Na terça-feira, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) informou que a Funeas já havia providenciado os reparos no hospital da região metropolitana de Curitiba, especializado no atendimento de crianças e adolescentes. 

As prestações de contas da Funeas mostram que no ano passado houve uma redução significativa no volume de recursos destinados a serviços de “locação e manutenção de imóveis”. Em 2022, foi destinado um total de R$ 232.721,57 para este fim, valor que caiu para R$ 55.850,99 em 2023, uma redução de 76%. O número do ano passado inteiro é inferior ao registrado no segundo e no terceiro quadrimestres de 2022, quando foram investidos R$ 91.083,48 e R$ 93.310,41, respectivamente. O investimento total na unidade aumentou de R$ 40,6 milhões, em 2022, para R$ 48,7 milhões em 2023.

O valor registrado no ano passado pode estar relacionado à aquisição de mobiliário para a unidade. Em outubro, a Funeas anunciou o investimento de R$ 225.371,30 na aquisição de mesas retas, cadeiras giratórias, camas pediátricas, longarinas, sofás, poltronas, suportes para soro e carros de curativos, entre outros itens.

A Sesa não respondeu ao questionamento da reportagem sobre os valores investidos em manutenção nos últimos dois anos. Na terça-feira, a Secretaria informou que nenhum paciente ficou desassistido. 

“Considerando as fortes chuvas que afetaram dois espaços do Hospital Infantil Waldemar Monastier, a Secretaria de Estado da Saúde informa que houve a necessidade de um remanejamento de pacientes internados dentro do próprio hospital, sem que houvesse desassistência ou danos a essas pessoas. A Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas) administra a unidade e já providenciou que os reparos necessários sejam realizados o mais breve possível”, diz a nota da Sesa.

Em contrato firmado entre a Funeas e a Sesa em 2021, a fundação ficou responsável pela gestão de sete instituições de saúde do estado, entre elas o hospital Waldemar Monastier. O contrato determina que a Funeas deve “realizar a administração e manutenção preventiva e corretiva de bens móveis, (equipamentos, mobiliários, eletrônicos, ares-condicionados, relógio ponto, equipamentos hospitalares, móveis hospitalares, transformadores de energia, geradores de energia, etc.) em que se faça necessária a conservação para a plena utilização, cabendo à contratada o custeio de peças e serviços de mão de obra”.

Cabe ainda à fundação realizar “levantamento quanto à necessidade de eventuais obras de construções, reformas e/ou ampliações caraterizadas como benfeitorias úteis e/ou necessárias que demandam elaboração prévia de projetos em geral, cabendo à contratada a elaboração de Estudo de Viabilidade”. 

Além do Hospital Waldemar Monastier, o contrato de 2021 repassou a administração de outras seis unidades para Funeas: Escola de Saúde Pública do Paraná, Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos, Hospital Regional do Litoral (Paranaguá), Hospital Regional do Litoral Lucy Requião de Mello e Silva (Guaraqueçaba), Hospital Regional do Norte Pioneiro (Santo Antônio da Platina) e Hospital Regional do Sudoeste Walter Alberto Pecoits (Francisco Beltrão).

A reportagem entrou em contato com o SindSaúde, o sindicato dos trabalhadores do serviços público de saúde no estado. O sindicato disse ter reforçado os pedidos de obras e consertos para que os alagamentos não voltem a acontecer.

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